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sábado, 29 de setembro de 2018

Batalha nas terras Häare

Magnus Hammer era um homem a ser temido. Um mercenário experiente, que trabalhava para a nobreza de Portsmouth. Era um homem alto e forte, pele escura e olhos castanho amendoados, careca com uma imensa barba ruiva. Muitos o chamavam de esfolador, por seu habito de esfolar os prisioneiros vivos e se deleitar com os gritos de agonia como se fossem uma musica bizarra. Naquela noite quando as tropas atacaram a torre de vigia entre Bilefeld e Portsmouth, uma das varias torres construidas na marca Häare.  Ele viu o ataque a Norm quase ser frustrado.  
 Seus homens haviam sido eficientes, haviam se aproximado da torre sob o manto da noite, se movendo lentamente e enganaram o vigia. Obviamente que a luz que se ergueu no céu a sudoeste também serviu como distração. Ele se lembrou dos templos de Khalmyr localizados entre Yuden e bielefeld.
-Parece que os malditos yudeanos não são tão eficientes quanto pregam. Os malditos clérigos lançaram o maldito sinal de alerta... – Esbravejou Magnus. – Mas ao menos isso nos facilitou o ataque.
- Sim Esfolador. – Respondeu um dos mercenários.
Imediatamente todos pararam de se mexer. Raramente Magnus aceitava ser chamado de esfolador, E muitos dos membros daquela companhia mercenária que cometeram esse erro foram eles próprios tornados instrumentos para a mórbida canção que agradava e acalmava Magnos.  Naqueles instantes de silêncio, ninguém se moveu, pois havia o receio de atraírem para si a fúria do capitão.
Foi naquele momento que um som de porta se abrindo e de cavalos dissparando foi ouvido.  
- Para fora – Grita Magnus Hammer – Se alguém escapar eu esfolo todos vocês.
Enquanto lidera seus homens em uma corrida desenfreada a partir da antiga cozinha dos cavaleiros que ocupavam a torre. No chão jaziam os corpos de três cavaleiros.  Ao passar por eles, Magnus olhou bem nos olhos de cada um. E apesar de te-los derrotado, nenhum sobreviveu, e para Magnus a ausência de prisioneiros para torturar lhe causava a sensação de derrota.
Cruzou pela escada e encontrou a porta dos estábulos abertas. Na rua homens de suas tropas estavam feridos e mortos. haviam sido pisoteados pelos  garanhões dos cavaleiros Ao longe ele via três cavalos de guerra disparando, estavam a cerca de trezentos metros.   
Sobre um deles um cavaleiro.
Magnus estava furioso, um possível prisioneiro havia escapado. Pegou o seu arco de madeira tollon. Um belíssimo arco branco trabalhado para transmitir a força dos braços do capitão. Puxou uma flecha de madeira vermelha, com sulcos de sua aljava. Prendeu na corda e novamente retesou. Respirou fundo fazendo a mira.  Fechou o olho direito mirando com o olho esquerdo. Magnus Hammer era canhoto.
Arquearia é uma ciência. Um mestre em arquearia acerta um alvo a quinhentos metros. Magnus Hammer era um desses. A corda retesada era uma tira feita de tendões de wyvern trançados. Manteve a mira no Garoto. E então disparou a Flecha.
A flecha saiu de seus dedos e se ergueu no ar, era uma flecha especial, feita de madeira de pinheiro tollon, e com as ranhuras que tinha ela assoviava enquanto fazia o caminho a seu alvo. Assoviava e girava.
A flexha ainda estava no ar quando a segunda e a terceira flechas foram disparadas.
Magnus estava com um sorriso no rosto quando o primeiro cavalo de guerra caiu morto com uma flecha trespassando seu crânio. O segundo Cavalo teve sorte. A flecha atingiu sua sela de forma inofensiva, mas ainda causando dor ao cavalo que agora corria meio corcoveando. A terceira flecha atingiu o cavaleiro. Por um instante Magnus achou que ele iria cair do cavalo. Mas o jovem ficou preso à sela, e desapareceu bosque adentro.
-Maldição – Magnus gritou. – Você seu cara de fuinha, me deu azar.
Em um movimento rápido e inesperado, Magnus agarrou o soldado que o havia chamado de esfolador.
- Você vai se arrepender de ser língua solta. E essa vai ser a ultima coisa que fará.
O jovem guerreiro percebendo no que isso terminaria, olhou em pânico para seus colegas. O que viu foram homens que bebiam com ele desviando o olhar, e outros homens, que pareciam se divertir com o que estava se desenrolando. Ele tentou sacar seu punhal. Mas o capitão era um guerreiro experiente e extremamente forte, com um rápido movimento puxou seu pulso e com um simples movimento de braço, Rápido e limpo quebrou o pulso do jovem e no mesmo movimento torceu o braço para trás. A Dor era terrível.  O jovem foi arrastado pelo pulso quebrado, e antes mesmo de dar o quarto passo, o capitão já havia quebrado o cotovelo dele e deslocado seu ombro...
Na noite que se seguiu os espólios foram divididos, as armas dos derrotados e seus tesouros foram divididos entre os homens do Esfolador. Homens arrastaram o cavalo morto e assaram na fogueira, enquanto o esfolar por horas se divertiu com a cantoria que poucos homens aguentam e menos ainda se divertem ao ouvir.


Na manhã seguinte, as tropas de Magnus Hammer seguiram para sudoeste. Para o castelo de Häare. A eles outras companhias mercenárias se uniram. Os capitães das companhias sabiam que na realidade esse era um ataque coordenado. Atacar as forças dos Häare diminuiria o poder dos aliados de norm e da capital de Bielefeld. Sabiam tambám que antes mesmo do ataque da aliança Yuden-Portsmouth, um grupo de poderosos magos já estaria atacando a ordem da luz em seu castelo.
Os homens de Magnus e seus aliados cercaram a fortaleza de Häare. Seus objetivos eram claros. Matar pilhar e destruir. Mas as outras companhias mercenárias não tinham tido tanta sorte quanto à do Esfolador. E por sua ineficácia haviam acabado por permitir que muitos dos moradores se refugiassem no castelo. Os homens comuns podem ser letais contra guerreiros quando dentro de castelos. Foices e tridentes são tão capazes de matar quanto uma boa espada, principalmente se o oponente esta tentando escalar um muro ou sobre uma escada.
Por isso as tropas de Hammer estavam ali. Eles eram rápidos construtores de armas de guerra e em menos de uma hora, os trabucos começaram seu bombardeio ao castelo.
Magnus não observou a batalha, considerava que com o numero de mercenários que as companhias juntaram e que coma força dos trabucos a muralha externa e interna cairiam em menos de 12 horas e que até o inicio da noite ele estaria esfolando cada um dos membros da familia Häare que sobrevivessem. De dentro da tenda de comando ele ouviu os primeiros gritos de suas tropas. Hammer sentou algo que havia sentido apenas  em sua infância. Medo. Lembrou-se do pai bêbado esmagando a cabeça de sua mãe na parede, do sangue escorrendo, do hálito fétido a bebida que o pai tinha.  E lembrou se de toda a dor que a presença do pai lhe trouxera, até que Hammer o tivesse matado com 13 anos. Deixou de ter medo ali, se tornou um monstro. O pai foi o primeiro de muitas canções...  
Saíram da tenda, homens de suas tropas formavam paredes de escudo, havia medo no acampamento. O cheiro de medo era terrível. O cheiro de urina e de merda estava presente. Mas o que diabos faria guerreiros experientes se cagarem de medo?
Então ele os viu. Os cavaleiros Fantasmas. Sua garganta ficou seca, eles avançavam contra os homens e golpeavam.  Nenhuma armadura apresentava dano, mas homens atingidos caiam mortalmente feridos.   Braços atingidos simplesmente não reagiam e se tornavam pedaços de carne pendurada ao lado do corpo de seus moribundos mestres. Não havia animais no acampamento, todos os insetos, aves carniceiras, cães e Cavalos haviam debandado. Homens morriam de medo simplesmente na presença dos Cavaleiros. E aqueles que lutavam não sobreviviam mais do que os que simplesmente se ajoelhavam e morriam de medo.
Outros capitães e homens mais espertos correram de volta a Portsmouth. Magnus não aceitaria essa derrota, avançou em direção aos cavaleiros, Tinha fé que seu pingente contra mortos vivos lhe ajudaria contra os malditos cavaleiros. Presente de um clérigo de KEEN, Esse pingente lhe permitira destruir um ninho de carniçais sozinho e mesmo a destruir em combate corpo a corpo um vampiro. Magnus ergueu sua espada. Uma belíssima arma, feita de aço negro com o centro da lâmina em prata, Uma espada que ele usou contra muitos inimigos e que com ela ele destruiu varios lobisomens. Magnus era famoso, Era um assassino implacável. Desconhecia o medo, ou ao menos era o que achava. Conforme avançava o frio no estômago aumentava, seu coração acelerava.
- São apenas truques. - gritava para si mesmo – Cavaleiros amaldiçoados...
- Sim somos... – Disse umd os cavaleiros ao remover sua espada do coração de um mercenário. – amaldiçoados a combater pela eternidade todos que ameaçarem as terras Häare. Condenados a destruir os exércitos de mercenários dos Asloth. Condenados a morte jovem por sermos leais a Bielefeld. Por sermos leais ao sonho de Lendilkar. E você meu caro, é apenas mais um mercenário que cairá sobre nossas espadas.
O fantasma Häare ergueu sua espada e desceu. A espada de Hammer institntivamente subiu de volta.  Um som de aço se chocando foi ouvido.  Naquele momento houve um pequeno impasse enquanto o guerreiro veterano aparava a espada do cavaleiro fantasma. Foi apenas um instante de impasse. Então a dor, o medo, as pernas fraquejando. Os outros cavaleiros fantasmas o cercaram e apunhalaram, quando ele aparava o golpe.  Após a morte não estavam mais presos ao código da cavalaria, estavam ali por vingança. Estavam ali para proteger seu lar.

Um comentário:

  1. O conto está muito bom. Gosto da riqueza das descrições, seja das personagens ou do cenário.

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