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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Caçadores de Peles - Em desenvolvimento


Edwin levantou da cama. Era mais uma manha cinzenta,mas isso não é incomum na fronteira com as Uivantes. Ergueu se e começou a arrumar a cama.  Tirou o pijama e vestiu suas roupas de trabalho. Calças feitas de couro de rinoceronte lanoso e um casaco do mesmo material.
Rinocerontes lanosos são uma espécie nativa das Uivantes. Animais enormes  chegam a quase  4metros de altura. Por outro lado, são territorialistas e as lutas por fêmeas geramelnte terminam com a morte de um dos lutadores.
Arwell e Edwin vivem do comercio da carne  de rinocerontes lanosos e de outros animais que vivem nas Uivantes. Mesmo vivendo em Deheon, explorações as Uivantes não são incomuns.  Arwel é um  homem  de pele branca, olhos castanhos, barba grossa e bigode que  tapa seus lábios. Cabelos e barbas longas  são essenciais nesse  tipo de trabalho.  As Uivantes  são um território frio indo de 15° graus Celsius em  alguns vales profundos onde a grama cresce e locais onde a temperatura  chega a -30° Celsius. Rostos desprotegidos podem facilmente rachar,  e extremidades podem congelar. 
Edwin,  arrumou a cama, esticou as cobertas. Olhou para seu quarto. Uma boa cama com um colchão de penas de ganso, lençóis de algodão. A cama era de mogno, uma madeira forte que  cresce ao sul. Edwin se lembrou de quando ele e seu pai viajaram para o sul para comprar as toras. Tinha  quinze anos. O mercador queria  que eles pagassem  um preço  maior,mas o pai, que sempre fora um bom regateador conseguiu baixar o preço.  Carregaram as tornas em carros de boi. O pai de Edwin tinha amizade com uma tribo de goblins das Uivantes, e a escolta de ida e volta foi  feita por um grupo de guerreiros  goblins. Em troca de carne de algumas vacas.  Não era incomum que caçadores de peles  tivessem contatos amigáveis com tribos das Uivantes.  O escambo e a cooperação  evitavam conflitos que poderiam resultar desde a perda de produtos até mesmo  a morte dos caçadores.
-Saudades de você meu velho. – Edwin suspirou lembrando da morte do pai. Ele passou a mão na cômoda de madeira. Ele e o pai haviam cortado, lixado,  modelado e construído cada um dos moveis daquela casa. Assim como um dia Edwin espera fazer por Leopold, seu filho, e por Wanda, sua  filha.
-Lembrando de seu pai? – A voz de Lucéliana ecoou no quarto. – Eu sei que você se sente meio perdido sem ele.
Luceliana se aproximou dele, usava um vestido pesado,  a região   sudeste de  Deheon era  fria, recebendo muitos dos ventos gelados que deixavam as Uivantes. Era uma mulher alta, 1,90 m de  altura cabelos   negros como a noite e olhos azuis como o céu.  Era 20 cm maior que Edwin, que tinha cerca de 1.70 de altura.  Luceliana era uma ótima dona de casa, mas ainda era melhor curtidora, e uma habilidosa  arremessadora de lanças.  Mas apesar de grande e musculosa, era uma das mulheres mais carinhosas que Edwin conhecera. 
- Sim meu amor. Meu pai me faz muita falta.
- Compreendo.  Seu pai era um bom homem. Nunca vou esquecer a  surra que ele deu no meu pai,quando descobriu que ele  batia nos meus irmãos, em mim e em minha mãe.
- Eu lembro disso. – disse  e  suspirou - E se  lembro bem fui eu quem contei pra ele o que acontecia na sua casa. – Edwin soltou um sorriso maroto para sua esposa.
Luceliana sorriu.   E naquele pequeno instante relembrou:
Dezesseis anos antes numa noite sem lua, quando Luceliana tinha  cerca de 10 anos, estava tomando mais uma das surras rotineiras que o pai  lançava sobre os filhos e a esposa. Aquela noite parecia mais uma, quando  alguém arrebentou a porta da frente. Edwarg, entrou pela porta  de uma forma  violenta.  O pai dela, Torgret foi surpreendido com o  cinto erguido, e com as costas da esposa e filhos desnudas e vermelhas das cintadas que tomavam.
-Torgret, você já havia sido advertido. Na nossa vila  agredir eespancar os filhos por prazer é proibido!
-Edward Essa é a minha casa e eunão vou admitir que um cretino como você me diga o que fazer.
Edward correu e com um giro de um  soco no queixo de Torgret. O violento pai de família ficou tonto e recuou. Apenas para ser atingido por um segundo soco  e cair inconsciente no chão. Edwarg ergueu Torgret sobre o ombro, e foi a ultima vez que seus filhos e sua esposa o viram. O que ouviram dizer é que Torgret  foi espancado pelo próprio cinto por cada homem casado da cidade, não apenas  como forma de punição mas para servir de exemplo. Para que nenhum outro  homem da cidadezinha agisse como um agressor de esposa ou espancador de crianças.
Edwin abraçou sua esposa. Em seus braços era o único lugar em que se permitia demonstrar alguma fraqueza. Uma pequena lagrima correu de seus olhos, ao se lembrar de seu pai. Luceliana  também deixou uma lagria  escorrer,  não por saudade de seu pai, mas pela gratidão a seu sogro.
Edwin sorriu para a esposa, pegou a  mochila de viagem, os sacos de dormir e deu um beijo de despedida em sua esposa. O grupo de caça  aguardava do lado de fora, e ele novamente iria partir, para trazer as peles e carne que moviam a economia local. Entre os caçadores,  trinta homens experientes da  vila, estava Graundonir, o goblim. Um jovem goblim que era um caçador de tribo e que era um amigo de Edwin.
 (continua)

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