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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Galard e a queda de Khalifor

Imagem pertencente a Jambo editora

Era uma manha normal em Khalifor,  o céu estava azul  e as pessoas viviam suas vidas.  Galard era mais um dos cidadãos de Khalifor, não era nem nortista nem sulista, Assim como seus pais e avós Galard nasceu  em Khalifor, a fortaleza que separava os continentes norte e sul.
Galard tinha 6 anos, era um garoto forte e até mesmo alto pra idade.  Aprendera a ler aos  quatro anos com a mãe que era clériga de Tanna Tot. Galard tinha olhos  negros como a noite, cabelos  pretos e  sua pele era morena.  Sua mãe  era uma mulher linda que possuía olhos negros e cabelos escuros compridos.  Naquela manhã ele se levantou e vestiu uma cala de lã verde e uma  camisa de  mandas curtas vermelha.  Colocou suas botas de couro. Galard observou as botas de  couro, estavam limpas e polidas. Foram o presente de aniversário dado por seu avô. Seu avô maternos era uma incógnita. Aparecia na cidade uma vez por ano. Era um humano de pele escura. Um dos poucos viajantes que vinham do norte trazendo produtos para comercio com Khalifor. Galard e o avô eram ligados, o avô  sempre parecia saber onde o menino estava, e  Galard nunca conseguia  vencer na brincadeira de esconde esconde. Nem mesmo quando se escondeu dentro de um barril de vinho.
O avô era poderoso e mágico e ninguém conseguia tirar essa idéia de Galard, e talvez ele não estivesse tão errado assim.
Saiu para o pátio de sua casa, que ficava próximo ao muro sul da fortaleza e do cemitério local. No pátio havia uma  horta, um pequeno pomar, e o galinheiro.  Galard estava indo colher os ovos que as galinhas haviam posto na noite anterior. Ao sair da porta. Safira, sua cachorra se aproximou. A cadela parecia  assustada como se algo  estivesse acontecendo.  Mas a cidade estava calma e Galard acariciou a pequena viralatas.
-Meninca boba.
A cadela sacudiu levemente a cauda e depois olhou em volta.
- Que foi menina?
A cachorra olhou em volta e ficou próxima do menino. Sem se afastar como normalmente faria. Galard não deu importância para isso, simplesmente seguiu até o galinheiro e começou a recolher os ovos. As galinhas estavam estranhamente ariscas. Havia algo errado. Talvez algum bicho no Galinheiro? Pensou.
O garoto começou a explorar o galpão que era o galinheiro mas nada encontrou. Percebeu que estranahamente parecia que todos os sons daquela parte da cidade haviam desaparecido. Era como se os pássaros tivessem parado de cantar, cães não ladravam, vacas, não mugiam. E mesmo as galinhas ao seu redor não cacarejavam.  Galard saiu do galinheiro com o cesto de ovos cheio. Foi então que ele ouviu, o som de algo imenso desabando, os  gritos de  pavor.
Khalifor estava sendo atacada pela aliança negra, e goblins, bugbears e outros  goblinoides  tomavam a cidade. Mas  Galard estava longe do local onde os primeiros bandos surgiram. Ele estava  em casa  colocando a cesta de ovos na mesa, com sua cachorrinha aos seus pés, quando o primeiro goblin errante apareceu. O goblim olhou par ao jovem e um sorriso sádico se formou. O menino percebeu o perigo. O invasor estava dentro do seu terreno, do patio de sua casa. Suas roupas cobertas do sangue,  e com certeza ele pretendia matar Galard. O goblim veio em sua direção, O menino paralisado de medo, a cadela ao seu lado em um rosnado baixinho apavorado.
O goblim entrou na casa, lamina em punho. O medo cresceu no coração de Galard, que  estendeu a mão para frente. E inconscientemente algo saiu  de seus dedos. Um jato de luz  saiu de sua mão atingindo o goblim na  face. Seu  rosto  queimou enquanto o goblim caia morto atingido pela magia que saia do jovem.  Sua marca de nascença começou a brilhar sob sua blusa vermelha.  Galard não sabia mas ele era  um feiticeiro, mas essa não era a primeira surpresa que teria sobre seu sangue.
Galard e Safira correram para fora de casa, somente para ver os vizinhos serem massacrados por outros goblins. Galard, sente medo, o medo se torna pavor e ele corre pra se esconder novamente no  galinheiro. Ele se deita sem saber o que fazer e fecha os olhos. O coração  palpitando. Então ele escuta aquela voz:
“Galard, você corre perigo” avoz era tão forte e  poderosa, tão profunda e tão familiar. Apesar de Galard não conseguir  saber de quem era.
-Eu to com medo, eles mataram o  casal Ironhead.
“Galard, Existe uma chama  dentro de você. Você precisa aceitar essa chama.”
Em sua mente uma chama surgiu. Galarda estava assustado, mas naquele momento  ele esta dentro de sua própria mente. Um salão escuro com uma imensa chama  dourada.  Galard caminhou  até a chama. Era quente...
“Galard entre na chama. Abrace quem você é.”
Galard tocou o fogo sentiu a chama  queimar sua mão, sentiu seus dedos queimarem. A chama correu por cima do seu corpo, como se ele fosse  banhado por óleo. O fogo ardia e doía. Galard  desejava gritas, mas não saia voz. A dor passou, e quando abriu os olhos  Galard não era mais o mesmo menino. Seus braços estavam cobertos de pequenas escamas vermelhas e  seus dedos possuíam  garras. Em suas costas um par de asas agora  existia. Galard não havia mudado somente a si memso. Safira  estava  maior e também apresentava traços draconicos.
Galard, correu com Safira para o Cemitério. Alguns goblins tentaram persegui-lo, mas Safira não era mais uma cadelinha indefesa. Ela massacrou os goblins com imensa facilidade.  Chegaram ao cemitério rapidamente,  e encontraram um grupo  grande de sobreviventes  entrando por um túnel que ficava em uma das catacumbas do norte. Entraram pelo túnel. Junto com as outras pessoas.  Permaneceram no túnel por horas, sempre que pensava em chorar a voz firme retornava a sua mente. Uma voz antiga e profunda.
“Galard, do outro lado vai encontrar sua mãe”.
 Galard saiu do túnel junto com safira e outros sobreviventes apavorados. Sua mãe estava   entre eles,  havia sido ferida e fora carregada inconsciente por um  vizinho quando o ataque começou. Galard ainda estava assustado mas aquele era apenas o começo da jornada para um novo lar. Cerca de um mês depois os sobreviventes se instalaram nas terras que  anos depois  se tornariam a cidade de nova Khalifor.

Um comentário:

  1. Excelente! Os detalhes do conto são ricos, a descrição aumenta a curiosidade!

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