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quinta-feira, 7 de março de 2019

Diarios de omega parte 1 a 3

Omega. Um mashim que esta  descobrindo a humanidade
"Hoje, eu aprendi o que foi amizade. Não entendia tão bem o que isso significava, questionei Corujito depois que ele me chamou de "amigo", e ele disse que eu simplesmente deveria calar a boca e continuar andando. Esses seres são tão estranhos.
Eu estava na planície de Deheon, quando, ao longe, eu tinha certeza do que vi, entre uma espécie de fortaleza em ruínas, Delta. Meu irmão. Meus sensores cognitivos não iriam estar errados, era Delta. Eu corri para a fortaleza, ignorando nosso destino. Me perdoe Corujito, mas Delta é minha família também. Corri, corri muito. Ao entrar na fortaleza, vejo estátuas, uma sala com uma piscina estranha, com uma água limpa, dava para ver o fundo. Sem sinal de Delta. Lucas Fisher foi o primeiro a me alcançar na corrida. Descemos juntos uma escadaria que havia alí e chegamos em um corredor com várias portas, ao fundo, uma porta aberta. Com cautela, passamos pelo corredor. Não abrimos nenhuma porta, meu objetivo era simples e claro: encontrar meu irmão.
Entrando na sala que estava com a porta aberta, me deparo com um esqueleto sentado em um trono, segurando uma espada. O esqueleto parecia que olhava para mim, eu não descartava em momento algum aquilo levantar e me atacar. Haviam outros, todos com equipamentos, sentados em tronos. Delta estava sentado também. Eu... Eu fiquei tão confuso, podia sentir todo o meu corpo tremendo naquela situação. Era como se eu estivesse com algum defeito. Estava tão "aliviado" (essa é a palavra que Lucas me ensinou) de ver um irmão meu, vivo, depois da atrocidade que havia acontecido com Alfa...
Delta me disse que voltou a vida, graças ao primeiro esqueleto que eu tinha visto quando entrei na sala, que ele usou muito raio para levantar ele. Ele também disse que aqueles defuntos eram seus amigos, mortos, por velhice. Ele estava ali zelando pelo corpo. Eu não consegui entender, eu o questionei. Pedi para vir comigo, disse que teríamos uma vida lá fora. Ele disse que se eu continuasse insistindo, ele encararia como um insulto. Delta não se importaria de ficar horas, dias, anos conversando comigo. Mas ele não moveria um pé para fora daquela ruína, não permitiria que seus amigos fossem roubados, profanados por exploradores oportunistas - não posso negar que pensei imediatamente no Corujito. Ele me contou que, pouco a pouco, seus amigos foram perdendo as forças, já nem conseguiam levantar a espada... Alguns precisavam de ajuda até para comer, e ele estava lá, para ajudar. Mesmo depois de mortos, Delta continua servindo seus companheiros de viagem.
Eu sou grato. Sou grato à meus companheiros por estarem comigo. Sou grato à vocês, agora mortos, por terem ressuscitado meu irmão, e por terem feito ele tão sábio. Sou grato à você, Delta, pois agora eu finalmente entendo o que significa ter amigos."

"
Ficamos 3 dias nas ruínas de Delta, eu aprendi muito sobre ele. Fique bem, irmão. Nos veremos em breve... Eu também soube que tem um tal de Aasimov nos caçando, mas agora o foco é encontrar a familia do meu amigo Corujito.
Adando pela floresta, acabamos sendo abordados por um bando de... Bandidos? Não... Não são humanos... Robôs. O combate estava intenso, e um cavaleiro com um felino negro estava com eles. Um yudeniano, as palavras apenas confirmavam isso.
Vi meus amigos caírem um por um durante o combate, primeiro Lucas, depois a Bad Assad, Diana... Até o cavalo do Corujito. Imaginei que estavam ali por minha causa, até pelo que Delta havia dito para nós... Mas, uma esperança. Cavaleiros com um dragão azul chegaram e nos salvaram. Eu fiquei aliviado, mas me senti tão... Fraco. Quase perdi meus amigos, e se não fossem esses cavaleiros, todos teriam ido antes da hora certa para irem. Bom, dessa vez o pior não ocorreu, mas preciso ficar mais forte.
Somos levados pelos homens até um acampamento. Tudo que ele faz é questionar nossos atos no local. Respondemos simplesmente a verdade: estamos aqui para ir resgatar a família do Corujito. No fim, não somos bem-vindos em Ahlen por sermos não-humanos e forasteiros. Conversamos enquanto eles comiam. Descobri que o senso de humor humano é estranho, todavia eu ri, não queria parecer rude. Um samurai Ronin apareceu, honestamente não consigo ver um samurai Ronin como alguém honrado.
Chegou a hora de dormir, e Corujito ainda não me disse qual é a sensação de sonhar..."

"Estamos em Ahlen, disfarçados. O Lucas colocou uma magia em nós para nos parecermos mais... Ahlenianos...? Modestia parte, eu acho que fiz uma ótima performance agindo como um cidadão de Ahlen. Fiz até alguns amigos... Uma pena que o Lucas é péssimo em fingir, entrou na taverna fazendo um alarde... Eu queria que não comprometesse nossa missão. Felizmente eu tive uma incrível ideia para melhorar o meu disfarce, e eu acho que o Lucas foi poupado.
É, eu estava errado. Ele foi encurralado por guardas fora da taverna e todo mundo resolveu ir pra porrada e acabar com os disfarces.
Por um momento tentei manter meu disfarce, mas Lucas foi arremessado no rio... Eu não escolhi nada, eu não pensei em nada, eu apenas... Pulei.
A queda foi terrível e a água não ajudou nada. Caí no fundo do rio. O lado bom é que a correnteza não me levou, a ruim... É que levou o Lucas. Tudo estava contra meu favor, a correnteza, a força, a densidade da água... Que inferno. Lucas é meu amigo, foi a causa de eu estar vivo agora, eu precisava retribuir o favor.
Os danos foram severos e a água estava muito fria, usei meu último recurso para tentar me aquecer mais enquanto eu continuava minhas buscas, e tudo que eu encontrei foi sua espada, Lucas.
Tudo que eu consegui foi sua espada... Ir mais além seria suicídio, a correnteza levou o corpo de Lucas mais rápido do que eu poderia me mover...
Eu tentei... Eu juro que tentei, Lucas. Mas eu não consegui. Me perdoe... Me perdoe, meu amigo."

"Fomos até uma espécie de covil maligno da Madame. Tinha uma estátua gigante dela lá. Claramente estávamos no lugar certo, tanto que fomos até bem recebidos por uns mortos-vivos.
Durante a batalha, encontrei uma criatura. Claramente era um morto-vivo, mas diferente, ela era mais forte, usava magia, usou uma em mim. Mas... Acabou que coloquei ela pra correr, ela não se sentiu confiante o suficiente para me enfrentar, covarde.
Enfim, encontramos a Madame... Em uma fonte de sangue. Chegamos tarde, A familia do Corujito já fazia parte do buffet da vampira. Por mais que a vantagem numérica era nossa, meus calculos eram precisos: Nossa derrota era certa se batalhassêmos contra ela alí. Por sorte, Corujito se conteve mais do que eu esperava e optou por não entrentá-la. Masha se conteve MENOS do que eu esperava e quase agiu, se não fosse pela alma de Lucas atuando naquele momento. Talvez o Deus Thyatis vendo que seria necessário chamar nosso amigo para nos guiar naquela situação. Todavia, não fizemos nada naquele momento. Eu... Fiquei em choque. Eu não disse nada, eu o vi, ele falou, mas eu não respondi. Eu mal sei se era ele mesmo, ou se era mais uma representação dele de algum Deus. Esse é um dos poucos momentos em que a dúvida toma conta do meu corpo metálico. Tudo que eu disse naquele momento foi "Interessante", para não dizer outra coisa... Esta cena fica na minha cabeça por dias.
Depois do encontro com a Madame, achamos que era melhor nos separarmos, e cada um seguiu um rumo, pelo menos em teoria. Rumei para o sul, vamos ver o conhecimento que terei..."

Autor: Rodrigo Lopez

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