"Ciela é um bom lugar para se viver. Você pode ser procurado em três reinos e nunca estar em nenhum deles realmente, e sequer precisa sair da cidade pra isso".
Elron Ville - Ladino de Ciela
Fundada em Tollon por volta de 1194 por Rergan Joss - um navegador comerciante beberrão e de reputação duvidosa - Ciela logo mostrou-se digna de fulgurar entre as mais notáveis cidades de Arton. Não devido a sua grandeza ou importância, mas sim pela sua capacidade única de atraír todo o tipo de gente. Especialmente as de péssima índole. Se em tempos passados três reinos requisitaram sua posse, atualmente estes preferem ignorar sua existência.
Ciela - nome quem provém da "onda sem fim" formada pela desembocadura do Rio dos Deuses no Mar de Folk durante a época de maré cheia - é na verdade um conglomerado de três cidades divididas pelo Rio dos Deuses, independentes entre si mas unidas por um único conselho de priores. Apesar de estar sujeita as leis dos três reinos dos quais faz parte, nenhuma delas é aplicada com a devida rigorosidade. Ainda, leis válidas em um conglomerado não são necessariamente aceitas em outro.
História
Enraizada na fronteira tríplice entre Tollon, Collen e Ahlen, a cidade comercial de Ciela surgiu em tempos passados sobre o costumeiro posto de parada das caravanas mercantes que viajavam do reino da Madeira em direção a região sul do Reinado. Devido a inevitável travessia do rio dos Deuses, era comum que os que ali chegassem pernoitassem para carregar as balsas com suas mercadorias e seguir jornada apenas no próximo dia.
Na época, a família Couthbert de Collen foi a primeira a mostrar interesse na movimentação de produtos de Ciela até Ahlen passando por suas águas e estenderam sua área de influencia rio acima. Através de pequenas barcas de transporte, fizeram fortuna as custas do Quindarkood, a madeira de Tollon e dos comerciantes que retornavam às suas casas após longas viagens.
Contudo, tal movimentação atiçou a curiosidade dos comerciantes ahlenienses locais que desconfiavam da repentina riqueza dos Collenianos e por decreto impediram que barcos provindos de Collen ancorassem em suas terras sem antes serem inspecionados por um representante de Ahlen. Para tanto, um entreposto completo foi construído no Rio dos Deuses valendo-se de um sistema de palafitas e balsas transformando o lugar em uma espécie de micro-bairro flutuante, com direito até mesmo a uma estalagem e um templo.
Porém, o desvio no curso normal e o atraso que ele inevitavelmente
proporcionava ao fluxo de mercadorias desagradou o povo de Ciela, em especial devido a cobrança de uma taxa de inspeção pelos Ahlenianos. O próprio reino de Tollon interviu na questão, ameaçando que se o entreposto não fosse considerado propriedade de Ciela e sujeito aos tributos do Reino da Madeira, uma nova rota de exportação seria encontrada. Ahlen alegou que possuía os mesmos direitos à tributação que Tollon, pois a mercadoria inevitavelmente passaria por suas águas.
Um veredicto só foi encontrado após tensas e longas negociações entre os três reinos, que acabaram por fim considerando a fronteira tríplice parte de uma mesma cidade, Ciela, e que esta deveria administrar seus próprios impostos desde que fosse responsável por manter a ordem e a segurança em toda a região. Cada reino elegeria um prior, responsável por administrar os interesses de seu próprio reino e a própria Ciela escolheria o regente mor da cidade e líder do Priorado.
O entreposto de inspeção seria levado então até o ponto central que dividia o Rio dos Deuses para marcar o exato local onde as águas de Ahlen e Tollon se tornassem uma só, e permaneceria sob o controle da família Couthbert e seria considerada território de Collen, apesar da distancia que a separava do reino. A Cidade Tripla estava oficialmente fundada.
Atualmente, Ciela é uma cidade equilibrada entre a ordem e a anarquia. Se em Arton existe um aventureiro para cada dez pessoas comuns, em Ciela esta média é calculada tomando-se por base o número de golpistas. O povo comum sobrevive como pode em meio ao caos, a pobreza e a sujeira que se acumula nas ruas apinhadas de gente provindas dos três reinos e de vários outros lugares de Arton.
Aspectos Culturais e Geográficos de Ciela
A cidade tríplice de Ciela está localizada na foz do Rio dos Deuses no Mar de Flok, ao noroeste do reino de Collen. Territorialmente, é dividida em três cidades distintas, tratadas por seus habitantes e governantes como priorados. São eles Ralcazar, em Tollon, Dahar, em Ahlen e Paltar que apesar de flutuar na região central do grande rio, pertence ao reino de Collen.
Cada um dos priorados é governado por um prior, escolhido por sua vez pelo reino ao qual pertence. Cabe ao prior administrar os recursos angariados pela parte da cidade por ele tutelada e prestar contas destes fundos perante os demais priores. É também deles a responsabilidade pela chefia da milícia local, pela criação e aplicação de leis, pelos julgamentos públicos de criminosos e qualquer outro assunto que venha a necessitar de uma decisão final dentro dos limites de sua jurisdição.
Os priorados se destacam a sua maneira dos demais através de aspectos culturais herdados dos reinos ao quais pertencem; e físicos, com detalhes em sua arquitetura ou arte, além das claras diferenças que o ambiente do entorno traz para cada uma das cidades. Contudo, mesmo com todos estes aspectos de diferenciação, Ciela não deixa de ser uma única cidade.
Isto se dá principalmente devido à proximidade de cada um dos reinos vizinhos, o que acaba mesclando alguns hábitos e costumes destes. Com uma profusão tão grande de viajantes com seus próprios dogmas e trejeitos, típicos de suas regiões nativas, invariavelmente nenhum deles é completamente respeitado ou aplicada em Ciela.
Desta forma, por exemplo, a lei proibitiva ao porte de armas de Ahlen é respeitada em toda a cidade, mas não com o mesmo vigor ou afinco mostrado no restante do reino ou mesmo apenas no priorado de Dahar. A benção dos olhos desiguais não se aplica a todos os nascidos em Paltar, restringindo-se apenas a alguns poucos, e a presença de artesãos e lenhadores é bastante comum em todos os três priorados, não se restringindo apenas a Tollon.
De uma forma geral, Dahar é o mais próspero dos três priorados. Suas ruas são parcialmente pavimentadas, e o casario das famílias nobres são mais suntuosos - ou menos miseráveis - do que os encontrados no restante de Ciela. É onde o comércio de artigos manufaturados e especiarias é mais forte, ao contrário de Ralcazar, fornecedor de matérias primas em estado bruto.
Sendo uma região de colinas e pequenas escarpas, o extrativismo de pedras é relativamente comum, o que favorece não só a pavimentação das ruas, mas também a construção de habitações e muretas de pedra separando os logradouros dos quintais. O porto do priorado de Dahar também é o principal portão de entradas de mercadorias provindas do Mar Negro em direção a região sul de Ahlen.
Racalzar, em Tollon, fulgura como sendo um perfeito oposto de Dahar. As casas, comércios e templos são construídos de forma rústica em madeira.
Respeitando as tradições extrativistas do reino, boa parte da população está envolvida com o corte e venda de produtos da terra, sejam eles a própria lenha ou frutas e legumes. Afora isso, a movimentação portuária através do Rio é a segundo principal fonte de renda da população.
As ruas de chão batido são recobertas de palha nos meses de chuva intensa, buscando amenizar o problema que a lama e a sujeira trazem a cidadela.
Elron Ville - Ladino de Ciela
Fundada em Tollon por volta de 1194 por Rergan Joss - um navegador comerciante beberrão e de reputação duvidosa - Ciela logo mostrou-se digna de fulgurar entre as mais notáveis cidades de Arton. Não devido a sua grandeza ou importância, mas sim pela sua capacidade única de atraír todo o tipo de gente. Especialmente as de péssima índole. Se em tempos passados três reinos requisitaram sua posse, atualmente estes preferem ignorar sua existência.
Ciela - nome quem provém da "onda sem fim" formada pela desembocadura do Rio dos Deuses no Mar de Folk durante a época de maré cheia - é na verdade um conglomerado de três cidades divididas pelo Rio dos Deuses, independentes entre si mas unidas por um único conselho de priores. Apesar de estar sujeita as leis dos três reinos dos quais faz parte, nenhuma delas é aplicada com a devida rigorosidade. Ainda, leis válidas em um conglomerado não são necessariamente aceitas em outro.
História
Enraizada na fronteira tríplice entre Tollon, Collen e Ahlen, a cidade comercial de Ciela surgiu em tempos passados sobre o costumeiro posto de parada das caravanas mercantes que viajavam do reino da Madeira em direção a região sul do Reinado. Devido a inevitável travessia do rio dos Deuses, era comum que os que ali chegassem pernoitassem para carregar as balsas com suas mercadorias e seguir jornada apenas no próximo dia.
Na época, a família Couthbert de Collen foi a primeira a mostrar interesse na movimentação de produtos de Ciela até Ahlen passando por suas águas e estenderam sua área de influencia rio acima. Através de pequenas barcas de transporte, fizeram fortuna as custas do Quindarkood, a madeira de Tollon e dos comerciantes que retornavam às suas casas após longas viagens.
Contudo, tal movimentação atiçou a curiosidade dos comerciantes ahlenienses locais que desconfiavam da repentina riqueza dos Collenianos e por decreto impediram que barcos provindos de Collen ancorassem em suas terras sem antes serem inspecionados por um representante de Ahlen. Para tanto, um entreposto completo foi construído no Rio dos Deuses valendo-se de um sistema de palafitas e balsas transformando o lugar em uma espécie de micro-bairro flutuante, com direito até mesmo a uma estalagem e um templo.
Porém, o desvio no curso normal e o atraso que ele inevitavelmente
proporcionava ao fluxo de mercadorias desagradou o povo de Ciela, em especial devido a cobrança de uma taxa de inspeção pelos Ahlenianos. O próprio reino de Tollon interviu na questão, ameaçando que se o entreposto não fosse considerado propriedade de Ciela e sujeito aos tributos do Reino da Madeira, uma nova rota de exportação seria encontrada. Ahlen alegou que possuía os mesmos direitos à tributação que Tollon, pois a mercadoria inevitavelmente passaria por suas águas.
Um veredicto só foi encontrado após tensas e longas negociações entre os três reinos, que acabaram por fim considerando a fronteira tríplice parte de uma mesma cidade, Ciela, e que esta deveria administrar seus próprios impostos desde que fosse responsável por manter a ordem e a segurança em toda a região. Cada reino elegeria um prior, responsável por administrar os interesses de seu próprio reino e a própria Ciela escolheria o regente mor da cidade e líder do Priorado.
O entreposto de inspeção seria levado então até o ponto central que dividia o Rio dos Deuses para marcar o exato local onde as águas de Ahlen e Tollon se tornassem uma só, e permaneceria sob o controle da família Couthbert e seria considerada território de Collen, apesar da distancia que a separava do reino. A Cidade Tripla estava oficialmente fundada.
Atualmente, Ciela é uma cidade equilibrada entre a ordem e a anarquia. Se em Arton existe um aventureiro para cada dez pessoas comuns, em Ciela esta média é calculada tomando-se por base o número de golpistas. O povo comum sobrevive como pode em meio ao caos, a pobreza e a sujeira que se acumula nas ruas apinhadas de gente provindas dos três reinos e de vários outros lugares de Arton.
Aspectos Culturais e Geográficos de Ciela
A cidade tríplice de Ciela está localizada na foz do Rio dos Deuses no Mar de Flok, ao noroeste do reino de Collen. Territorialmente, é dividida em três cidades distintas, tratadas por seus habitantes e governantes como priorados. São eles Ralcazar, em Tollon, Dahar, em Ahlen e Paltar que apesar de flutuar na região central do grande rio, pertence ao reino de Collen.
Cada um dos priorados é governado por um prior, escolhido por sua vez pelo reino ao qual pertence. Cabe ao prior administrar os recursos angariados pela parte da cidade por ele tutelada e prestar contas destes fundos perante os demais priores. É também deles a responsabilidade pela chefia da milícia local, pela criação e aplicação de leis, pelos julgamentos públicos de criminosos e qualquer outro assunto que venha a necessitar de uma decisão final dentro dos limites de sua jurisdição.
Os priorados se destacam a sua maneira dos demais através de aspectos culturais herdados dos reinos ao quais pertencem; e físicos, com detalhes em sua arquitetura ou arte, além das claras diferenças que o ambiente do entorno traz para cada uma das cidades. Contudo, mesmo com todos estes aspectos de diferenciação, Ciela não deixa de ser uma única cidade.
Isto se dá principalmente devido à proximidade de cada um dos reinos vizinhos, o que acaba mesclando alguns hábitos e costumes destes. Com uma profusão tão grande de viajantes com seus próprios dogmas e trejeitos, típicos de suas regiões nativas, invariavelmente nenhum deles é completamente respeitado ou aplicada em Ciela.
Desta forma, por exemplo, a lei proibitiva ao porte de armas de Ahlen é respeitada em toda a cidade, mas não com o mesmo vigor ou afinco mostrado no restante do reino ou mesmo apenas no priorado de Dahar. A benção dos olhos desiguais não se aplica a todos os nascidos em Paltar, restringindo-se apenas a alguns poucos, e a presença de artesãos e lenhadores é bastante comum em todos os três priorados, não se restringindo apenas a Tollon.
De uma forma geral, Dahar é o mais próspero dos três priorados. Suas ruas são parcialmente pavimentadas, e o casario das famílias nobres são mais suntuosos - ou menos miseráveis - do que os encontrados no restante de Ciela. É onde o comércio de artigos manufaturados e especiarias é mais forte, ao contrário de Ralcazar, fornecedor de matérias primas em estado bruto.
Sendo uma região de colinas e pequenas escarpas, o extrativismo de pedras é relativamente comum, o que favorece não só a pavimentação das ruas, mas também a construção de habitações e muretas de pedra separando os logradouros dos quintais. O porto do priorado de Dahar também é o principal portão de entradas de mercadorias provindas do Mar Negro em direção a região sul de Ahlen.
Racalzar, em Tollon, fulgura como sendo um perfeito oposto de Dahar. As casas, comércios e templos são construídos de forma rústica em madeira.
Respeitando as tradições extrativistas do reino, boa parte da população está envolvida com o corte e venda de produtos da terra, sejam eles a própria lenha ou frutas e legumes. Afora isso, a movimentação portuária através do Rio é a segundo principal fonte de renda da população.
As ruas de chão batido são recobertas de palha nos meses de chuva intensa, buscando amenizar o problema que a lama e a sujeira trazem a cidadela.
Devido a grande movimentação de viajantes, sejam eles pedestres ou montados, além de um numero incontável de animais domésticos que vivem livres pelas ruas, todo o lugar está constantemente coberto de lodo e um odor forte das excrescências paira no ar.
Ao norte de Racalzar ainda encontra-se um mangue formado pelas águas do encontro do Rio dos Deuses com o mar, além de ser o lugar onde o fenômeno da Ciela ocorre com mais força. Os barrancos das margens mostram nitidamente a força que a Onda sem Fim possui, capaz de arrancar árvores inteiras de suas raízes e de virar embarcações de qualquer navegador inexperiente que se arrisque de forma desmedida.
Por fim, o último dos priorados e o mais pobre dentre eles, Paltar, do reino de Collen é um exemplo da simplicidade e da vida pacata de seu povo. Construído sobre palafitas no meio do Rio dos Deuses, possui pouco menos do que cinqüenta habitantes fixos, em sua maioria pescadores e artesãos. Contudo, o lugar tornou-se um reduto de piratas, prostitutas e golpistas que vêm e vão com seus navios.
Pela lei imposta durante a criação da Tríplice Fronteira, todas as
embarcações que trafegassem por ali deveriam invariavelmente atracar em Paltar para a conferencia e o pagamento da taxa de travessia. Porém, são poucos os navios que cumprem esta regra a risca, sonegando sempre que possível o valor cobrado. Os raros que ainda o fazem, compram o silêncio dos receptores corruptos por muito menos do que o valor estipulado.
Author: Armageddon 1 de jul de 2007
Ao norte de Racalzar ainda encontra-se um mangue formado pelas águas do encontro do Rio dos Deuses com o mar, além de ser o lugar onde o fenômeno da Ciela ocorre com mais força. Os barrancos das margens mostram nitidamente a força que a Onda sem Fim possui, capaz de arrancar árvores inteiras de suas raízes e de virar embarcações de qualquer navegador inexperiente que se arrisque de forma desmedida.
Por fim, o último dos priorados e o mais pobre dentre eles, Paltar, do reino de Collen é um exemplo da simplicidade e da vida pacata de seu povo. Construído sobre palafitas no meio do Rio dos Deuses, possui pouco menos do que cinqüenta habitantes fixos, em sua maioria pescadores e artesãos. Contudo, o lugar tornou-se um reduto de piratas, prostitutas e golpistas que vêm e vão com seus navios.
Pela lei imposta durante a criação da Tríplice Fronteira, todas as
embarcações que trafegassem por ali deveriam invariavelmente atracar em Paltar para a conferencia e o pagamento da taxa de travessia. Porém, são poucos os navios que cumprem esta regra a risca, sonegando sempre que possível o valor cobrado. Os raros que ainda o fazem, compram o silêncio dos receptores corruptos por muito menos do que o valor estipulado.
Author: Armageddon 1 de jul de 2007
ótimo conteúdo, adoro o trabalho de vocês.
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