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sábado, 21 de dezembro de 2019

NETHER SCROLLS – Os PERGAMINHOS DE NETHER

Por:Rafael Reis Cappelasso

História oficial dos pergaminhos da magia de forgotten realms

A magia em Forgotten Realms é chamada de “Trama” (Weave) – uma palavra que significa o mesmo que tecido ou “fabrica”, outra palavra antiga para uma folha de tecido não costurado. Para conjurar um feitiço, o arcanista molda estes fios de magia como um tecido que é “costurado”. Muitos acreditam que os primeiros conjuradores foram os Dragões, como uma das raças mais antigas.
As primeiras raças a surgir no mundo de Toril, o “planeta” de Forgotten Realms, foram, nesta ordem: Os Sarrukh, uma raça de homens serpente que criou todos os seres reptilianos, desde os Yuan-Ti, nagas até os homens-lagarto; depois vieram os Batrachi, uma espécie anfíbia que criou os Kuo-toas, bullywugs, locathas, skums, e outros; após surgiram os Aaree, um povo de homens-pássaro de quem os últimos descendentes são os Aaracrokra, e por fim os Faerie, que crê-se terem vindo de outros planos, além dos humanos que estão desde a alvorada do mundo.
Os Sarrukh criaram todas as magias de metamorfose e a maioria de todas as criaturas de aspecto réptil. Eles acreditavam numa divindade chamada de “Serpente do Mundo”, criadora de todo Universo, a qual se dividiu em diversas divindades menores, como Tiamat e Bahamuth. Alguns antigos escritos falam que os Sarrukh roubaram a antiga Magia dos Dragões, e após milênios eles reuniram todo conhecimento em 50 pergaminhos feitos de folhas de ouro flexíveis com poder incomensurável, que na verdade eram uma “manifestação física” da própria trama de magia em si, o conhecimento mágico de toda existência tornado em um objeto sólido. Eles chamaram este conjunto de pergaminhos de “escamas douradas da grande serpente do mundo”. Eras mais tarde, após dezenas de milhares de anos, quando surgiram os primeiros impérios humanos, estes pergaminhos foram chamados de NETHER SCROLLS – OS PERGAMINHOS DE NETHER.
Mais tarde, os Aaree roubaram os pergaminhos dos sarrukh quando sua espécie quase foi extinta em diversas guerras internas, pragas e catástrofes naturais que causaram a si mesmos (eles desviaram um “mar inteiro” para matar seus inimigos subterrâneos afogados e não saiu como imaginavam). Então os Aaree criaram um segundo conjunto de pergaminhos prateados. Imagina-se que haja um suposto conjunto de pergaminhos de bronze criados pelos Batrachi, mas nunca foi achado nenhum indício ou qualquer evidência que isso seja verdade.
Os pergaminhos possuem um poder quase divino, tanto que somente o mero vislumbre deles por um indivíduo não preparado pode levar a insanidade permanente, que somente um Deus poderia remover. Os pergaminhos contém, literalmente, a base de toda magia, os fundamentos ancestrais de todo encantamento, são, de fato, “as regras da magia”. Ainda sim, a magia contida nos pergaminhos é a mesma magia das primeiras Eras do mundo, que nos dias atuais não existe mais. Isso significa que os pergaminhos permitem criar novamente poderes arcanos que hoje não seriam mais possíveis – como artefatos e magias de até 12º círculo.
Quando um pergaminho é desenrolado, no primeiro momento ele parece uma fina folha de ouro completamente lisa sem qualquer inscrição, mas logo surge uma escrita arcana desconhecida, mas que o indivíduo pode ler normalmente como se a conhecesse. Os símbolos arcanos se manifestam como finas linhas de luz prateada conforme são lidas.
A cada vez que o pergaminho é lido por uma pessoa diferente, ele mostrará um conhecimento diferente. Para alguns estudiosos, isso significa que os pergaminhos não estão, na verdade, “escritos” realmente, mas que apresentam o conhecimento “diretamente” da trama de magia, fornecendo ao leitor um conhecimento que ele busca inconscientemente ou que será útil. Como a Deusa da Magia Mystra é ela mesma a própria magia encarnada, alguns imaginam que os pergaminhos são uma forma da própria Deusa manifestar sua vontade, mostrando ao leitor o conhecimento que ela deseja, possivelmente, alterando todo destino do mundo.
Há relatos de que alguns indivíduos que leram, e sobreviveram sem enlouquecer, desenvolveram poderes arcanos mesmo sem ter estudado magia (um personagem pode até ganhar um nível imediatamente em uma classe conjuradora arcana). Cada um dos dois conjuntos de pergaminhos é dividido em 5 rolos de 10 pergaminhos. Cada um dos pergaminhos exige o estudo de ao menos um mês. Ao final de um conjunto de 10 pergaminhos, o conjurador é capaz de revelar um Segredo Arcano Maior, recebendo um conhecimento inimaginável. Por exemplo, um rolo de pergaminhos ensina o conjurador uma magia épica de “ALTERAR CRIATURAS” E “DESPERTAR INTELIGÊNCIA”. Juntos, estes dois feitiços podem possibilitar ao conjurador criar uma nova espécie de criatura. Outro rolo fala sobre viagens planares e a cosmologia. Quando este grupo de pergaminhos é lido, o conjurador é capaz de viajar pelos planos a vontade e ainda ser completamente imune a todos os efeitos colaterais dos planos – por exemplo, ir ao Plano do Fogo e não queimar.
Os pergaminhos foram perdidos e descobertos centenas de vezes ao longo da história de Faerûn. Os pergaminhos são quase indestrutíveis, e poucas coisas além de poderes divinos e épicos podem afetá-los. Se destruídos, eles simplesmente surgirão novamente após alguns anos espalhados pelo continente. Esse é um dos argumentos de que os pergaminhos representam a própria magia, já que não podem ser destruídos permanentemente.
Há muitos milhares de anos, os pergaminhos foram encontrados por um pescador humano numa caverna próxima ao mar. Ele era chamado de “Nether, o Velho”. Com o aprendizado dos pergaminhos, Nether uniu as sete vilas chamadas de SEVENTON. Após um século, aquelas vilas de pescadores transformaram-se no grande Império Arcano de Netheril. Os pergaminhos foram a base para construção de toda sociedade netherese. Praticamente todos os cidadãos possuíam ao menos um nível de mago. Todas as tarefas do dia-a-dia eram realizadas por magia. Após mais alguns séculos, surgiu em Netheril um poderoso arquimago chamado IOLAUN, que desenvolveu uma poderosa magia para “cortar” uma montanha e virar de ponta-cabeça, produzindo uma ilha flutuante. Em poucos anos, Netheril se transformou em diversas cidades-estado em ilhas flutuantes.
Os nethereses começaram a escravizar gnomos e outros povos mágicos para servi-los. Em alguns anos, uma guerra com os elfos foi inevitável. Sabendo que os pergaminhos eram a fonte de todo poder de Netheril, os elfos reuniram um grupo desconhecido até hoje para roubar os pergaminhos de Nether. Pelo menos 24 pergaminhos foram roubados e perdidos na fuga. Os elfos conseguiram deter um conjunto de pergaminhos. Usando a Alta Magia Élfica, eles transformaram os pergaminhos numa grande árvore dourada, tornando-os impossíveis de ler para os gananciosos. O alto mago élfico que responsável por este feito, foi voluntario para guarda-los pela eternidade, se transformando numa aranha prateada que vive nos galhos da árvore. A própria Mystra manifesta um fragmento na forma de uma águia feita de luz que está sempre vigiando a árvore.
Parte dos pergaminhos continua numa cripta abaixo do deserto de Anauroch onde era o Reino dos Sarrukh. Dentro desta catacumba, um Sarrukh lich hiberna há centenas de milhares de anos esperando pelo retorno de seu povo. Outro conjunto de pergaminhos está com o Lich Larloch, o último Netherese vivo, e o mais poderoso conjurador de toda Faerûn (nível de desafio 50). Na Grande Floresta, num local desconhecido, há um grande carvalho ancestral chamado “Vovô arvore”, sob debaixo de suas raízes há um templo ancestral esquecido que guarda um conjunto de pergaminhos – o Salão das Brumas (Hall of Mists), guardado por um vorme demoníaco. Provavelmente há muitos outros pergaminhos desaparecidos cuja localização é desconhecida, uma vez que os pergaminhos destruídos podem surgir em qualquer lugar.

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