O
Saci ou Saci-pererê são seres faericos que vivem nas florestas.
Nascidos em brotos de bambu eles vivem no meio dos bambuzais até os 7
anos quando saem pelo mundo por 77 anos para se divertir e viver. O saci
pode ser descrito como um menino ou jovem com a musculatura forte e
que possui apenas uma perna. Ele usa um cachimbo e uma toca vermelha.
um saci jovem é apenas um ser de traquinagem um saci velho pode ser
desde um guardião irritado a um monstro destruidor de fazendas.
Os sacis são espíritos aparentados dos elementais do ar, um saci depois de morto não pode ser revivido
Espíritos
Nativos de outros planos de existência.
Pontos de Vida. 4 + mod. Con por nível.
Pontos de Mana. 1 por nível.
Perícias. Fortitude, Reflexos, Vontade e outras 4.
Habilidades. Visão no escuro.
Espirito 5, Médio, ND2
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Iniciativa +4, Percepção +4, visão no escuro
Defesa 19, Fort +8, Ref +4, Von +2, resistência a dano 5
Pontos de Vida 38
Deslocamento 18m (12q), voo (6m)
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Iniciativa +4, Percepção +4, visão no escuro
Defesa 19, Fort +8, Ref +4, Von +2, resistência a dano 5
Pontos de Vida 38
Deslocamento 18m (12q), voo (6m)
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Pontos de Mana 5pm
Corpo a Corpo Pancada +3 1d4 - 2,
Redemoinhos de vento +8 1d6+5 - O saci é um espirito proximo aos elementais do ar, apesar de fisicamente fraco o saci pode disparar a cada turno, como um aação padrão, um redeminho de vento. esse redemoinho ao atingir um alvo causa 1d6+5. O Saci pode aumentar do dano do redeminho de vento em 2d6 por +1pm
Imvisbiilidade Um Saci completamente imóvel fica invisivel. Se ela estiver assim, um personagem deve passar num teste de Percepção (CD 35) para perceber onde o saci esta parado.
Corpo a Corpo Pancada +3 1d4 - 2,
Redemoinhos de vento +8 1d6+5 - O saci é um espirito proximo aos elementais do ar, apesar de fisicamente fraco o saci pode disparar a cada turno, como um aação padrão, um redeminho de vento. esse redemoinho ao atingir um alvo causa 1d6+5. O Saci pode aumentar do dano do redeminho de vento em 2d6 por +1pm
Imvisbiilidade Um Saci completamente imóvel fica invisivel. Se ela estiver assim, um personagem deve passar num teste de Percepção (CD 35) para perceber onde o saci esta parado.
Gorro: Um saci perde seus poderes se lhe tomarem o gorro, e assim pode ser aprisionado em uma garrafa. Pegar o Gorro de um saci é uma ação dificil. O gorro tem +19 na Ca comparado com o saci (assim em um saci jovem o gorro tem CA 29).
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For 7, Des 22, Con 14, Int 14, Sab 11, Car 10 (Edição 1.1)
For -2 , Des +6, Con +2 , Int +2 , Sab 0 , Car 0
For -2 , Des +6, Con +2 , Int +2 , Sab 0 , Car 0
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Perícias Atletismo +13, Intimidação +7, furtividade , ladinagem, fortitude , Reflexos e Vontade
Equipamento Gorro e Cachimbo. Tesouro Padrão. (sacis eventualmente roubam coisas e escondem, um saci capturado pode revelar onde é sua "toca".
O Saci – Conto de Monteiro Lobato
Quando o sol raia, desdemoniza-se a natureza. Cessa o Sabá. Satã
afunda no Inferno, seguido da alcatéia inteira dos diabos menores.
A bruxa reveste a forma humana. O lobisomem perde a natureza dupla.
Os fantasmas diluem-se em névoa. Evaporam-se os duendes. Os gnomos
subterrâneos mergulham no escuro das tocas. A caipora deixa em paz o
viajante. As mulas sem cabeça reincabeçam-se e vão pastar mansamente. As
almas penadas trancam-se nas tumbas. Os sacis param de assobiar e,
cansados duma noite inteira de molecagens, escondem-se nos socavões das
grotas, no fundo dos poços, em qualquer couto onde não penetre a luz,
sua mortal inimiga. Filhos da sombra, ela os arrasta consigo mal o Sol
anuncia, pela boca da Aurora, o grande espetáculo em que a Luz e sua
filha a Côr esplendem numa fulgurante apoteose.
A treva, batida de todos os lados, refoge para os antros onde moram a
coruja e o morcego. E nessas nesgas de escuro apinha-se a fauna inteira
dos pesadelos, tal qual as rãs e os peixinhos aprisionados nas poças
sem esgoto, quando após as grandes enchentes as águas descem. E como nas
poças verdinhentas a atraíra permanece imóvel e a rã muda, assim toda a
legião dos diabos se apaga. Inutilmente tentaríamos surpreender unzinho
sequer.
O saci, por exemplo.
Abundante à noite como o morcego, nunca se deixou pilhar de dia.
Metido nas tocas de tatú, ou nos ocos das árvores velhas, ou alapado à
beira-rio em solapões de pedra limosa com retrança de samambaias à
entrada, o moleque de carapuça vermelha sabe como ninguém o segredo de
invizibilizar-se. Não colhesse ele, todos os anos, nas noites de São
João, a misteriosa flor da samambaia!…
Mal, porém, o sol afrouxa no horizonte e a morcegada faminta
principia a riscar de vôos estrouvinhados o ar cada vez mais escuro da
noitinha, a “saparia” pula dos esconderijos, assobia o silvo de guerra –
Saci-pererê! – e cai a fundo nas molecagens costumadas.
As primeiras vítimas são os cavalos. O saci corre aos pastos, laça
com um cipó o animal escolhido – e nunca errou laçada! – trança-lhe a
crina para armar com ela um estribo e dum salto monta-o à sua moda. O
cavalo toma-se de pânico, e deita a corcovear pelo campo afora enquanto o
perneta lhe finca os dentes numa veia do pescoço e chupa gostosamente o
sangue. Pela manhã o pobre animal aparece varado, murcho dos vazios,
cabeça pendida e suado como se o afrouxasse uma caminheira de dez léguas
beiçais.
O sertanejo premune-o contra esses malefícios pendurando-lhe ao pescoço um rosário de capim ou um bentinho. É água na fervura.
Farto, ou impossibilitado daquela equitação vanpírica, o saci procura o homem para atenazá-lo.
Se encontra na estrada algum viajante tresnoitado, ai dele!
Desfere-lhe de improviso um assobio ao a ouvido escarrancha-se-lhe à
garupa – e é uma tragédia inteira o resto da jornada. Não raro o mísero
perde os estribos e cai sem sentidos à beira do barranco.
Outras vezes diverte-se o saci a pregar-lhe peças menores: desafivela
um lóro, desmancha o freio, escorrega o pelego, derruba-lhe o chapéu e
faz mil outras picuinhas brejeiras.
O saci tem horror à água. Um depoente no inquérito demonológico do
“Estadinho” narra o seguinte caso típico. Havia um caboclo morador numa
ilha fluvial onde nunca entrara saci, porque as águas circunvolventes
defendiam a feliz mansão. Certa vez, porém, o caboclo foi ao
“continente” de canoa, como de hábito, e lá se demorou até à noite. De
volta notou que a canoa vinha pesadíssima e foi com enormes dificuldades
que conseguiu alcançar o abicadouro da margem oposta. Estava a ‘maginar
no estranho caso – um travessio que fora fácil de dia e virara osso de
noite – quando, ao firmar o varejão em terra firme, viu saltar da
embarcação um saci às gargalhadas. O malvado aproveitara o incidente do
travessio a deshoras para localizar-se na ilha, onde, desde então, nunca
mais houve sossego entre os animais nem paz entre os homens.
Nos casebres da roça há sempre uma pequena cruz pendurada às portas. É
o meio de livrar a vivenda do hospede não convidado. Mesmo assim ele
ronda a moradia, arma peças a quem se aventura a sair para o terreiro,
espalha a farinha dos monjolos, remexe o ninho das poedeiras, gora os
ovos, judia das aves.
Se a casa não é defendida, é lá dentro que ele opera. Estraga
objetos, esconde a massa do pão posta a crescer, esparrama a cinza dos
fogões apagados em cata de algum pinhão ou batata esquecidos. Se
encontra brasas, malabariza com elas e ri-se perdidamente quando
consegue passar uma pelo furo das mãos. Porque, além do mais, tem as
mãos furadas, o raio do moleque…
As porteiras, como as casas, são vacinadas contra o saci. Rara é a
que não traz uma cruz escavada no macarrão. Sem isto o saci
divertir-se-ia fazendo-a ringir toda a noite ou abrindo-a inopinadamente
diante do transeunte que a defronta, com grande escândalo e pavor
deste, pois adivinharia logo o autor da amabilidade e o repeliria com
esconjuros.
Os cães apavoram-se quando percebem um saci no terreiro, e uivam retransidos.
Refere um depoente o caso da Dona Evarista. Morava esta excelente
senhora numa casinha de barro, já velha e buraquenta, em lugar bastante
infestado. Certa noite ouviu a cachorrada prorromper em uivos
lamentosos. Assustada, pulou da cama, enfiou a saia e, tonta de sono,
foi à cozinha, cuja porta abria para o quintal. E lá estarreceu de
assombro: um saci arreganhado erguia-se de pé na soleira da porta,
dizendo-lhe com diabólica pacholice: Boa noite, dona Evarista! A veha
perdeu a fala e desabou na terra-batida, só voltando a si pela manhã.
Desde então nunca mais lhe saiu das ventas um certo cheirinho a enxofre…
Se fossem só essas aparições…
Mas o saci inventa mil coisas para azoinar a humanidade. Furta o
piruá da pipóca deixado na peneira, entorna vasilhas d’água, enreda a
linha dos novelos, desfaz os crochês, esconde os roletes de fumo.
Quando um objeto desaparece, dedal ou tesourinha, é inútil campeá-lo
pela casa inteira. Para reavê-lo basta dar três nós numa palha colhida
num rodamoinho e pô-la sob o pé da mesa. O saci, amarrado e imprensado,
visibilizará incontinente o objeto em questão para que o libertem do
suplício.
Rodamoinho… A ciência explica este fenômeno mecanicamente, pelo
choque de ventos contrários e não sei mais que. Lérias! É o saci que os
arma. Dá-lhe, em dias ventosos, a veneta de turbilhonar sobre si próprio
como um pião. Brincadeira pura. A deslocação do ar produzida pelo
giroscópio de uma perna só é que faz o remoinho, onde a poeira, as
folhas secas e as palhinhas dançam em torno dele um corrupio infrene. Há
mais coisa no céu e na terra do que sonha a tua ciência, Ganot!
Nessas ocasiões é fácil apanhá-lo. Um rosário de capim, bem manejado,
laça-o infalivelmente. Também há o processo da peneira: é lançá-la,
emborcada, sobre o núcleo central do rodamoinho. Exige-se, porém, que a
peneira tenha cruzeta…
A figuração do saci sofre muitas variantes. Cada qual o vê a seu
modo. Existem, todavia, traços comuns em relação aos quais as opiniões
são unânimes: uma perna só, olhos de fogo, carapuça vermelha, ar
brejeiro, andar pinoteante, cheiro a enxofre, aspecto de meninote. Uns
têm-no visto de camisola de baeta, outros de calção curto; a maioria o
vê nu.
Quanto ao caráter, há concordância em lhe atribuir um espírito mais
inclinado à brejeirice do que à malvadez. Vem daí o misto de medo e
simpatia que os meninos peraltas revelam pelo saci. É um deles – mais
forte, mais travesso, mais diabólico; mas é sempre um deles o moleque
endemoniado capaz de diabruras como as sonha a “saparia”.
A curiosidade despertada pelo inquérito do “Estadinho” denota como
está generalizada entre nós a crendice. Raro é o brasileiro que não traz
na memória a recordação da quadra saudosa em que “via sacis” e os tinha
sempre presentes na imaginação exaltada. Convidados agora para falar
sobre o duendezinho, todos impregnam seus depoimentos da nota pessoal
das coisas vividas na infância. Referem-se a ele como a um velho
conhecido que a vida, a idade e o discernimento fizeram perder de vista,
mas não esquecer…
E – dubitativos uns, cépticos outros, afirmativos muitos – a conclusão de todos é a mesma: o Saci existe!…
– Como o Putois, de Anatole France?
Que importa? Existe. Deus e o Diabo ensinaram-lhe essa maneira subjetiva de existir…
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