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sábado, 1 de outubro de 2022

Greenleaf, o Reino Natural

Uma região selvagem onde a lei da natureza impera, dominada por um regente severo, responsável pela maior área orestal de Arton. Greenleaf, o reino natural: um novo lugar inexplorado, totalmente descritivo para suas campanhas de 3D&T Alpha e Tormenta RPG!O puma o seguia há dias. E estava com cada vez mais fome. Razlen sabia que seria poupado se utilizasse os dons sagrados. Era, o sumo sacerdote da deusa maior da natureza. Respirava e sentia Arton como nenhum outro ser vivo podia. Compreendia os pensamentos e desejos daquele predador melhor do que ele próprio. Mas escolheu não fazer isso desta vez. Estava confuso desde a queda de Lenórienn e sabia que aquela infelicidade e dor que o consumiam brotava de seu lado racional. E por isso optou por entregar-se aos instintos mais primitivos. Para conseguir respostas e encontrar o próprio caminho tinha que se aproximar ainda mais dela. E foi por isso que escolheu lutar. O felino se mantinha afastado durante o dia, mas rondava perigosamente próximo na escuridão da noite. A fome o tornava cada vez mais corajoso. Chegou muito perto de atacar na noite anterior e por pouco não conseguiu apanhá-lo. Hoje certamente faria o derradeiro movimento. Seria o momento da iluminação. Ou da queda. A fera não decepcionou. Assim que o sol se pôs, surgiu do outro lado da pequena clareira, escondido entre as folhas dos arbustos. Os olhos brilhavam sob a luz da lua. Moviam-se acompanhando cada passo da presa, contando cada respiração. Razlen sabia que um segundo de hesitação provocaria a morte. Por isso o encarava de volta, braços abertos e preparados, mãos em garra.O medo martelava cada bra do corpo, insistindo, implorando por uma fuga. Mas dar as costas para o caçador era um erro que Razlen não iria cometer. Estou em tuas garras, Allihanna. Me mostre o caminho  pediu.E a deusa o atendeu.

Floresta de Greenleaf
O Reino Natural

No passado, quase todo o norte do continente que viria a se chamar Arton era dominado por uma gigantesca oresta chamada Greenaria. Uma região selvagem dominada por bárbaros onde a única lei era a da selva: matar ou morrer. Com a colonização forçada pelos povos do sul, parte das matas deram
lugar a cidades e campos. Mas a natureza ainda luta. Para ela, a lei nunca mudou.
O calor do Deserto da Perdição rasgou a selva em duas. Na região nordeste, a Greenaria ainda existe, mas vem diminuindo gradualmente devido ao crescimento dos reinos do Reinado. Hoje está restrita a região que corresponde aos reinos de Pondsmânia e Sambúrdia.
Já ao oeste, especialmente devido a barreira natural criada pelo Rio dos Deuses, o
manto verde continua praticamente inalterado: uma região de mata tão fechada e inacessível que era chamada pelos poucos aventureiros loucos o suficiente para arriscar a vida ali como a Floresta dos Espinhos, ou Espinheiro. Apenas os minotauros (que já estavam aqui antes do Reinado surgir) ainda a chamam de Nária em alusão ao nome original. Isto pelo menos há até vinte anos, quando Razlen Greenleaf chegou.

História
A história é uma das características da civilização. Por isso, não há praticamente
nada registrado sobre o Espinheiro antes da chegada do atual regente do lugar: Razlen Greenleaf.
Conta-se que o druida Razlen assumiu o posto de sumo-sacerdote de Allihanna antes mesmo do término da Innita Guerra contra os hobgoblins em Lamnor. Fiel as suas raízes, admirava a beleza das artes e desfrutava da comunhão natural dos elfos com a vida selvagem. Mas Razlen não suportava a arrogância dos elfos. Sempre foi o único a se levantar contra o regente Khinlanas e o Tratado de Lamnor. Anos depois, todos pagariam o preço por essa confiança excessiva.
Alertado pelos animais e compreendendo que os inúmeros avisos seriam inúteis para abrir os olhos de seu povo, Razlen abandonou Lenórienn e também Lamnor para não assistir a destruição da cidade que amava, rumando para Arton. Com o tempo, se sentiu cada vez mais afastado da civilização e mais próximo de Allihanna. Esta jornada de redescobrimento o levou até a Floresta do Espinheiro, uma grande área selvagem ao sul das montanhas Lannestull.
Mas a chegada de Razlen não passou despercebida. O sumo-sacerdote de Allihanna tomou para si a responsabilidade de proteger e resguardar a floresta, assumindo o posto de líder do círculo de druidas que ali atuavam. Também aumentou a proteção aos povos nativos, possibilitando que a intervenção externa fosse a menor possível. Tanto que hoje ninguém entra ou sai do Espinheiro sem que ele permita. Contudo, há um segundo motivo para tamanha proteção: em algum lugar ao norte, queima uma área de Tormenta. Não se sabe a quanto tempo essa área existe, mas se especula que é quase tão antiga quanto as regiões dominadas por Raigheb, um pouco mais ao norte do Deserto da Perdição.
Para a grande maioria dos pesquisadores do fenômeno, inclusive, ambas se tratam de um mesmo domínio. Isto é algo que até hoje pouquíssimos sabem não ser verdade. A área das Lannestul tem um Lorde próprio, inclusive com objetivos distintos.  Um lekael que se manteve nas sombras até então.

Clima e Terreno
Vista de longe, a Greenleaf parece um imenso tapete verde, se estendendo sem interrupções desde Tapista até as Lannestul. É o segundo lugar de Arton com a maior quantidade de rios (perdendo neste quesito apenas para Callistia), mas até esses foram completamente abraçados pelos frondosos galhos da cobertura vegetal. Todos os cursos d'água juntos formam um intrincado labirinto aquático cujo curso muda de tempos em tempos, tornando-o impossível de seguir ou mapear. A absoluta extensão da floresta é coberta por vegetação densa, com árvores antigas que alcançam facilmente os cinquenta metros de altura. Mesmo as camadas intermediárias da mata são tomadas por toda a sorte de plantas, a maioria com espinhos, tornando-a quase intransitável. O clima é quente e úmido o ano inteiro, sem variações entre as estações do ano. Chove praticamente todos os dias, sempre em grandes quantidades. Contudo, a mata é tão fechada que apenas uma ínma parte das chuvas chega de fato até o solo.

Fronteiras
Ao sul, a parte da oresta que faz divisa com Tapista e o Rio dos Deuses é chamada
de Nária, devido a mesma ter feito parte da oresta Grenária no passado. Ao nordeste, ela termina onde começa a Grande Savana, trecho este que vem crescendo pouco a pouco ao longo dos séculos. Ao norte, as Montanhas Lannestul e a Área de Tormenta são os maiores obstáculos para o seu crescimento, assim como o Oceano, ao oeste. 

População
Dentro do Reinado, a maior parte dos povos bárbaros foi anexada a população imigrante ou destruída. São raros os casos em que a cultura original do povo se manteve praticamente intocada como na União Púrpura ou em Khubar. Mas esta não é a regra em Greenleaf. Ali, várias tribos humanas ainda vivem de acordo com os costumes bárbaros que tinham antes da chegada dos imigrantes. Algumas delas sequer sabem que o Reinado existe!
Mesmo assim, apesar da gigantesca área (a floresta sozinha é quase do tamanho de
todo o Império de Tauron), a população do reino é extremamente pequena: apenas 70.000 habitantes, sendo destes 50% são fadas de vários tipos, 20% são elfos e humanos e os 10% restantes são formados por membros de várias outras espécies, em geral druidas em treinamento.

Regente
Razlen Greenleaf é um dos druidas vivos mais poderosos de Arton, o que inclusive lhe conferiu o título de sumo-sacerdote de Allihanna por muitos anos. Entretanto, por sua índole reclusa, pacifíca e contemplativa, ele recentemente perdeu este posto para Lisandra, a druidesa meio-dríade que assumiu para si o papel de liderar a guerra da natureza contra a Tormenta em vários pontos de Arton.
Tal troca de postos contudo não foi arbitrária. Ao contrário, foi um passo amplamente discutido entre os druidas membros do Conclave Artoniano e da alta cúpula do Círculo Esmeralda, dois dos mais antigos e tradicionais grupos druídicos de Arton, inclusive com a presença do avatar de Allihanna sob a forma de um gigantesco falcão. Em decisão unânime, Razlen recebeu a incumbência de acompanhar diretamente as ações do lekael da área de Tormenta ao norte do Espinheiro. Esta seria uma tarefa impossível de ser realizada por um mero mortal, porém, durante o período da queda de Glórienn, a adoração dos druidas acabou se transformando em um culto: hoje Razlen não apenas governa a oresta como também é uma divindade menor de Greenleaf. Apesar do ganho incrível de poder, sua aparência pouco mudou: ele ainda aparenta ser um elfo bem constituído, de longos cabelos verdes e olhar penetrante.
Se antes dicilmente deixava o Espinheiro, hoje isto é praticamente impossível, haja
visto que a área de Tormenta requer sua atenção constante. Mas Razlen ainda preside os conclaves de druidas que se realizam ali em uma grande clareira. Muitos candidatos ao título seguem até Greenleaf e caminham sem destino pela oresta, esperando que o mestre druida os acolha como aprendizes. Apesar de uma prática comum, não se sabe se isso de fato traz algum resultado. . .
Conra na próxima semana a continuação desta matéria em Greenleaf, o Reino Natural

Parte 2.   29/05/2017

Novos lugares inexplorados nessa segunda parte de Greenleaf, o Reino Natural.
Na primeira parte dessa matéria, trouxemos um lugar há muito esperado para suas
aventuras em Tormenta. E agora está na hora de seus heróis se aprofundarem um pouco mais através das regiões esquecidas do reino selvagem de Arton. Conheçam mais detalhes de Greenleaf, o Reino Natural.

 Lugares de Destaque na Floresta de Greenleaf
A Clareira

Para seguidores da natureza, a Clareira é um dos lugares mais conhecidos e sagrados de Arton. Ela foi formada há milênios, quando uma Árvore do Céu caiu. Os vestígios do tronco ainda estão no entorno, formando uma espécie de anteatro natural. É ali que se realizam os conclaves entre os druidas mais importantes do mundo. Também é na Clareira que druidas em treinamento residem, tendo uma das maiores densidades de raças inteligentes da Greenleaf. Há todo momento, quase quinhentas pessoas estão próximas da região, protegendo o lugar, contemplando ou orando pelas bençãos de Allihanna. As antigas tradições druídicas também são celebradas aqui. Um dos residentes mais antigos é um ente de espessa folhagem chamado Cascadárvore. Afetuoso e dono de uma paciência praticamente inesgotável, passa dias narrando trechos da história do Espinheiro. . . mesmo quando não há ninguém para ouvir!
No centro da clareira ca uma pequena roseira que de acordo com as histórias teria
sido regada pelas lágrimas que Allihanna derrama sempre que um druida a abandona. Ela abre um único botão por ano, mas cada uma das pétalas é capaz de curar qualquer doença ou maldição, seja ela mágica ou natural.
 
O Jardim de Razlen
No coração da oresta existe uma gigantesca caverna a céu aberto, lembrando uma
arena com um profundo lago de águas cristalinas ao fundo, alimentado por dezenas de filetes e pequenos córregos de água. Ali, em meio a orquídeas e bromélias, pássaros, fadas e uma mata verdejante é que Razlen mora.
É através de visões nas águas que Razlen vigia toda a oresta, e até mesmo alguns
lugares além dela! Ninguém sabe ao certo como estas janelas mágicas funcionam. Alguns especulam que as imagens correm através das águas. Outros dizem que elas retem o que os olhos de cada animal em Grennleaf vêem. Como uma das hipóteses não descarta a outra, é possível que ambas estejam corretas.
Exceto por algumas criaturas mágicas escolhidas ou o próprio druida, raramente alguém adentra esta área, não apenas por ser praticamente impossível chegar até ela exceto voando, mas principalmente devido a algo que o Jardim esconde. Ali, em algum lugar, há uma janela fixa para a área de Tormenta ao norte. Razlen passa quase todas as horas do dia vigiando a tempestade rubra, e parece ser o único capaz de tal feito sem enlouquecer perante a sombra da invasão escarlate.

A Tribo dos Caminhantes Verdes
Uma das tribos mais curiosas que habitam Greenleaf são os Caminhantes Verdes.
Um povo nômade e pacifíco, que vaga através da floresta nunca ficando muito tempo no mesmo lugar. Coletores e caçadores, estas pessoas mantém o mesmo estilo de vida dos primeiros homens, totalmente em equilíbrio com a natureza, desconhecendo e refutando praticamente tudo daquilo dito como civilizado.
Não possuem noções de tempo (hoje ou amanhã são conceitos além das necessidades primais do grupo), propriedade ou ambição. Também não conhecem matemática, o idioma rudimentar é formado quase que totalmente por gestos e grunhidos e sequer dominam o fogo! Todo o grupo apenas segue em frente numa busca incessante por alimento. Alguns dos caminhantes também tem por hábito recolher objetos curiosos que encontram. A maioria não passam de velhos ossos, pedras ou lixo. Mas, as vezes, descobrem itens interessantes. Jóias e ouro são mais comuns, mas também podem ter consigo alguns artigos que pertenceram a aventureiros como medalhões, anéis e até certos itens mágicos. Invariavelmente, trocarão qualquer tranqueira dessas por comida.
Quando não estão descansando, vagam pela oresta sem rumo ou destino, apenas
procurando pela próxima refeição. Adotam qualquer humano que encontrem como parte do bando, compartilhando com eles comida e proteção. Igualmente, nunca se despedem quando alguém parte ou morre. Para eles, só existe o caminho.

Geografia
A Mata Flutuante

A força vital de Greenleaf é tamanha que até mesmo o Oceano tem diculdades em
refreá-la. Na região oeste, as árvores continuaram crescendo mar adentro, ncando longas raízes no leito oceânico e formando uma área de mangue ao longo de milhares de quilômetros.
No mangue vive um sem número de espécies animais, muitas delas únicas em todo
o mundo. Entretanto, nem tudo é paz na Mata Flutuante. Predadores estão sempre atentos a qualquer oportunidade de comida, e tanto monstros marinhos quanto terrestres se escondem nas sombras das árvores. Criaturas como os homens-sapo, homens-peixe e cancerontes proliferam, caçando e pescando em meio a lama.
Mas o mais famoso residente desta região é conhecido como o Pescador, um monge eremita que luta usando uma vara de pescar como arma! Ele pode ser visto na área sentado sobre algum galho ou canoa, pescando tranquilamente. Contudo, é extremamente avesso a qualquer contato com outras pessoas. Quando tentam algum diálogo, ele se levanta lentamente, se espreguiça e desaparece num piscar de olhos, saltando pelos galhos ou correndo sobre a água.
Há quem acredite que o Pescador aceitaria aquele que o alcançasse como aprendiz.
Mas a maioria das pessoas que já o viram têm certeza de que ele apenas tem preguiça de se relacionar com os outros mesmo e tudo o que deseja é pescar em paz.

O Morro Azul
Lugar mais alto de toda a Greenleaf, o Morro Azul também é chamado de a Montanha Fantasma. Isso se deve ao fato de que, apesar de ser facilmente observável de quase todo o reino (desde que você consiga ultrapassar a linha verde da copa das árvores mais altas), é praticamente impossível chegar até ela.
Ainda que esta elevação seja bem mais modesta do que as escarpadas montanhas Lanestull, é o ponto culminante de Greenleaf, com dois mil metros de altura. A frondosa mata que o cobre parece ter uma tonalidade azulada ao ser observada à distância. Estranhamente, por mais que você ande, a impressão é de que a montanha também se afasta cada vez mais mata adentro, tornando-a um péssimo ponto de referência de qualquer  forma.
No topo do Morro Azul vive uma eremita anã chamada Grass. No passado, ela foi
uma famosa aventureira. Contudo, ao chegar ali, ficou tão admirada com a beleza e a grandiosidade da natureza que ajoelhou-se diante da paisagem e entrou em transe, permanecendo numa espécie de profundo estado contemplativo até os dias de hoje. Apesar de imóvel e com alguns ninhos de pássaros sobre os ombros, Grass continua viva e bem.

A Floresta Vermelha
O maior poder da natureza é se adaptar ao ambiente em que se encontra. Nos últimos vinte anos, uma área de Tormenta choveu sobre a floresta do Espinheiro, castigando, queimando ou simplesmente obliterando quase tudo o que havia ali.
Mas a vida sempre encontra um meio.
Mesmo que tudo ainda seja lefeu do lado de dentro da área, um pequeno milagre em andamento pode ser visto na região da fronteira, onde a mata encontra o inferno. Durante todo este tempo, este estranho limite entre duas realidades se tornou um pouco menos artoniana e em contrapartida, mais lefeu. Mas ela não se entregou completamente. A Floresta Vermelha é única. Ela não é uma floresta transformada pela Tormenta, mas sim o contrário: é a Tormenta transformada pela mata que se adaptou para existir dentro daquela realidade. Os animais e as plantas tornaram-se lefou, ainda lembrando as raças que lhes deram origem, mas com farpas, carapaças e outras mutações terríveis e variadas lhe possibilitando existir.
A manutenção deste lugar é controversa entre os druidas. A maioria esmagadora
teme e detesta o lugar. Entretanto, Razlen está curioso para ver como a natureza irá se comportar e, talvez, se adaptar com o passar do tempo. Supostamente, Allihanna também compartilha dessa visão e esse foi o principal motivo de Razlen ter sido designado para vigiar a região..

Armageddon  19/06/2017
Confira a terceira e última parte de Greenleaf, o Reino Natural.
Concluindo a série de matérias sobre o Reino Natural de Greenleaf no formato clássico dos reinos de Tormenta, trazemos alguns outros pontos interessantes que podem ser explorados por jogadores e mestres. E, como um bônus para todos que esperaram a conclusão da série, vantagens regionais do reino florestal de Arton tanto para 3D&T Alpha quanto para Tormenta RPG.

Outros Pontos de Interesse em Greenleaf

Figura 9.6: Mapa de Greenleaf


A Floresta do Espinheiro
Apesar de toda a região orestal que forma Greenleaf ser conhecida no passado como A Floresta do Espinheiro, uma parte da região fronteiriça ao sul ainda mantém esse nome. Nesse lugar, além das próprias árvores e plantas serem completamente tomadas por toda a sorte de espinhos, até mesmo os animais e monstros locais são protegidos por esse tipo de arma natural.
Aves com esporões, lobos e grandes felinos repletos de placas ósseas e chifres e até mesmo criaturas vegetais como golens-árvore e espadas da oresta vagam por esse lugar, caçando alimento e repelindo invasores. De forma intencional ou não, esses seres formam a primeira barreira de proteção que impede o acesso ao interior da floresta. Existem boatos de que é no Espinheiro que ca o Coração de Tenebra, a caverna esconderijo dos elfos negros liderados por Berforam. Contudo, não há certeza se a Floresta
dos Espinhos mencionada nas histórias sobre o terrível grupo de elfos renegados e o Espinheiro sejam de fato o mesmo lugar.

A Trilha Verde
Apesar do nome, não se trata realmente de uma trilha. Cortando aleatoriamente
a oresta com milhares de caminhos aleatórios que se cruzam formando um verdadeiro labirinto, a Trilha Verde é um caminho natural, criado ao longo do tempo pelos animais que vivem na oresta e utilizado por aqueles que desejam se tornar druidas.
Ele segue sem lógica alguma, praticamente desaparecendo em certos pontos apenas para ser retomada adiante. Por ser um caminho de caça, encontros com animais selvagens (inclusive alguns territorialistas e bastante perigosos) é extremamente comum. A Trilha Verde é o primeiro grande teste de um candidato a druida que se dirige até Greenleaf. A mata fechada é perigosa e ironicamente até mesmo encontrar água e comida é difícil. Ataques noturnos de animais selvagens, peçonhentos e monstros também são riscos constantes. Se o druida não estiver plenamente concentrado para encontrar o caminho em direção ao coração da oresta, irá vagar em círculos por semanas até morrer. Não por menos, é a Trilha Verde que marca a fronteira com o reino de Tapista.

A Caverna-Mundo de Nevira
Em algum lugar de Greenleaf ca uma antiga entrada para um reino subterrâneo que
se estende verticalmente por dezenas de quilômetros, desaparecendo nas profundezas de Arton. Trata-se da Caverna-Mundo de Nevira, habitada apenas por homens-morcego notívagos. Após o anoitecer, milhares destas criaturas abandonam Nevira e partem em busca de alimento em meio a oresta.
Apesar da maioria alimentar-se apenas de insetos e frutas, há também homens-morcego que dependem de sangue para viver, assim como certos vampiros. Alguns deles, após contraírem a maldição, viam-se como monstros e buscaram viver entre seus iguais. Outras versões bestiais de criaturas-vampiro também habitam Nevira.
Especula-se que a Caverna-Mundo se localiza em alguma camada intermediaria entre Doherimm e o Império Trolirka, ou, mais provavelmente, seja apenas parte de um destes dois grandes reinos que desmoronou e foi abandonado milhares de anos atrás. De uma forma ou de outra, pode ser que seja possível chegar até ele por baixo, ainda que o acesso pelo alto seja mais comum (especialmente se você é capaz de voar).
A líder do lugar é a própria Nevira, a Rainha dos Morcegos. Um monstro lendário
que jamais foi tocado pela luz do dia. Dizem que a pele dela é branca e transparênte, sendo possível ver as veias pulsando sangue maligno por debaixo da pele. Outros afirmam que se trata de uma criatura híbrida, vestida apenas com os próprios pelos, com face de morcego e corpo de mulher. Boatos afirmam que ela teria o poder de anular a maldição do vampiro de alguma forma.

Área de Tormenta na Fronteira com Lannestul
A região dominada pela Tormenta ao norte de Greenleaf é a região mais próxima da civilização que continua praticamente desconhecida, oculta por uma quase impenetrável floresta. E o inferno vermelho que ela esconde transformou a mata numa paródia triste e doentia do que era anteriormente. A Tormenta realizou aqui o que faz de melhor:
corrompeu tudo em uma nova e profana realidade.
Árvores feitas de lâminas sujas terminam em tentáculos e ganchos que tateiam pela matéria vermelha do solo, devorando qualquer coisa que consigam agarrar. Bocarras repletas de dentes formados por cristais rubros engolem toneladas de Tormenta que chove sem parar, guiando a corrupção até as raízes que espalham seu conteúdo pela terra. Ali sementes germinam, formando gavinhas afiadas como navalhas que prendem quem caminha por ali para que seja devorado por algum dos lefeu em forma de pássaros ou roedores: animais repletos de chagas e ossos pontiagudos que vagam em volta.
E no centro da loucura está Rakasha, a Lekael da área das Lannestul. Um monstro
com uma cabeçorra lupina, quase totalmente tomada por uma bocarra sempre aberta, gotejando matéria vermelha. Tem um corpo massivo com quase seis metros de altura na cernelha, repleto de placas pontiagudas e terminado em três caudas longas e cortantes. Ela é a predadora suprema dessa área, e seu objetivo parece ser um só: seleção natural. Os lefeu dentro dessa área estão constantemente caçando uns aos outros, num processo de seleção do mais apto absurdamente acelerado, buscando criar um lefeu muito mais forte e preparado do que qualquer outro que já tenha existido. O que Rakasha deseja com isso é um mistério. É consenso entre os druidas que ela tenciona criar um lefeu que seja moldado pela realidade de Arton e que se torne tão poderoso quanto ela própria. Contudo, eles divergem no motivo dessa busca: para caçá-lo.

Guildas e Organizações
O Círculo Esmeralda

Formado pelos doze druidas mais velhos e poderosos de Arton e seus discípulos, o
Círculo Esmeralda é um dos centros de poder de Alihanna no mundo. Em geral, seus membros vivem espalhados, sendo responsáveis cada qual por uma grande área natural do mundo. Encontros entre todas as vertentes são raríssimos, apesar dos Doze de se comunicarem com frequência através de magia. É o Círculo que decide os rumos dos conselhos dos druidas de Arton, denem quais
serão os papéis exercidos pelos novos druidas que se aliam a eles e trabalham ativamente em prol da manutenção da vida e da cura de todas as feridas causadas ao mundo, seja pelos povos inteligentes que nele habitam, seja pela chegada da Tormenta, além de terem papel importante na escolha do sumo-sacerdote de Allihanna.
Os líderes do Círculo também presidem o Conclave Artoniano, ainda que Razlen hoje resguarde boa parte desse poder em suas mãos. O posto no Círculo é vitalício. Os membros em geral ascendem na hierarquia druídica graças a seu poder e ligação com a força natural, mas só assumem um lugar entre os Doze quando um deles parte ao encontro de Allihanna, exceto em raríssimas exceções.

CAPÍTULO 9. HISTÓRIAS E AVENTURAS
O Conclave Artoniano
Em geral, cada druida tem a liberdade de viver de acordo com aquilo que instintivamente o aproxima da vontade da Deusa, sem que seja necessário seguir regras rígidas como acontece com outras denominações religiosas. Porém, os clérigos e druidas de Allihanna também tem seus dogmas e tradições. Talvez a maior delas seja o Conclave Artoniano. O Conclave é um evento muito raro que quase sempre se dá apenas uma vez a cada geração, quando o sumo-sacerdote da deusa morre. Os membros espalhados pelo mundo inteiro sentem a partida do líder de alguma forma, desde visões e presságios até sonhos. E ainda que esse chamado alcance a todos os devotos mais fervorosos sem distinção, a participação na grande reunião é totalmente voluntária.
Nada é muito planejado. Os druidas e clérigos de Allihanna apenas viajam todos
em uma mesma direção, sem a necessidade de marcar lugares ou estipular datas. Essa convergência até o ponto onde o Conclave por m irá ocorrer pode levar até um ano inteiro. Durante o tempo de espera, os druidas presentes compartilham conhecimentos e experiências adquiridos ao longo da vida, buscam curas e iluminação, bebem, comem e realizam casamentos.
O Círculo Esmeralda é responsável por presidir o Conclave, mas todos os presentes tem voz na escolha. Algumas vezes, disputas de opinião também são resolvidas com brigas, mas é incomum que mortes ocorram. O último Conclave ocorreu há poucos meses, quando Razlen foi substituído ainda em vida pela meio-dríade Lisandra de Galrasia.

Divindades Principais
Allihanna é a divindade mais cultuada em toda a oresta, seguida por vários outros
aspectos animais dela como o Grande Salgueiro, o Falcão Dourado, o Pai Macaco, dentre outros. Razlen também recebe adoração como divindade menor por parte dos druidas daqui, mas ainda que praticamente todos os seus seguidores em Arton vivam em Greenleaf, eles não são numerosos o suficiente para o culto em seu nome merecer destaque. Tannatoh e Valkaria são praticamente desconhecidos aqui, assim como outras divindades ligadas a aspectos civilizados quase não encontrarem devotos nessas terras.

Encontros
Feras de todas as espécies são encontradas em Greenleaf, sendo de longe o risco mais comum para aventureiros viajantes. Porém, não são de fato a pior coisa que pode ser encontrada nessas matas. Lefeu de várias espécies vagam pela floresta em missões de reconhecimento, capturando criaturas nativas para arrastá-las até a área de Tormenta. Tribos bárbaras podem ser encontradas em vários pontos do reino, muitas delas são hostis a estrangeiros, com os quais tiveram pouco ou nenhum contato. Além disso, muitos dos druidas não gostam da ideia de ter gente de fora vagando por um lugar intocado como Greenleaf e podem reagir muito mal a encontros ocasionais.

Aventureiros
A maioria dos aventureiros que vagam por Greenleaf são clérigos da natureza ou druidas em treinamento e peregrinação, mas guerreiros e bárbaros pertencentes as tribos nômades também são comuns. Há poucos usuários de magia, exceto por xamãs e clérigos. Esse é um lugar selvagem, que não recebe bem aventureiros dito civilizados. Agradecimentos ao Moreau do Bode pelos talentos de TRPG.
Redigido e publicado por Marlon Teske "Armageddon"  17/07/2017

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