Ele correu o mais que pode. Sabia que o perseguiam. Eram muitos.
Seus braços tinha vários
cortes, arranhões e cortes superficiais
do combate, suas pernas estavam totalmente arranhadas e vertiam pequenos
filetes de sangue, Vindo de correr por
entre a floresta passando muitas vezes por espinheiros e cactus. Sua armadura de couro não passava de farrapos.
enquanto corria, ele olhava pra trás, e via que as sombras de seus perseguidores o
alcançavam, quanto mais ele corria mais
próximas pareciam as sombras. Ele sabia que se o alcançassem ele morreria.
Era uma floresta não muito densa, mas chia de espinheiros e arbustos de folhas
afiadas, não raro, arvores antigas jaziam
caídas, algumas mortas outras com seus
novos ramos se erguendo aos céus... Ele saltou por cima de um tronco de pinheiro. a arvore antiga estava morta, mas ele ignorou esse fato. Caiu em um riacho barrento e ficou meio atolado, sua
velocidade diminuiu. Por outro lado seu
desespero e sua aflição aumentaram exponencialmente. Retornar não era uma opção e por mais lento
que estivesse, ele preferia seguir adiante. Em certo momento seu pá direito
ficou preso, puxou com força e sentiu a
bota soltar do pé, e desequilibrado caiu no barro.
Em outra situação, teria praguejado, mas naquele momento era
crucial manter silêncio. ergeu se com
dificuldade, perdeu um dos pés da bota. Era a única forma de sobreviver. A
floresta estava cada vez mais fechada, a noite se aproximava, e no escuro ele não sabia se conseguiria escapar de seus perseguidores.
Seus olhos estavam dilatados, Sua respiração pesada, O corpo
coberto de lama e cheo de cortes que
sangravam. Mas ele continuava em frente. em sua corrida ele acreditou por um instante ter ouvido o seu nome ser chamado.
Como tudo podia ter dado
tão imensamente errado?
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Dois dias antes ele,
um jovem aventureiro de Deheon , se
encontrara com seus amigos na Taverna da Deusa louca feiticeira. E enquanto o
bardo cantava a musica tema da taverna, eles
dividiam cervejas e planejavam a exploração do pântano ao sul.
"Ela tem um jeito
lindo De me olhar nos olhos Me despertando sonhos Loucuras de amor" - cantava
o Bardo
- Jael, você tem certeza sobre esse mapa? - Ele perguntou ao
mago do grupo que havia descoberto um antigo pergaminho sobre um templo no
coração do pântano
-Claro. as lendas
dizem que existe um grande tesouro no local.
O relato do ultimo cultista diz que eles
levaram o tesouro de um rei para o local...
"Ela sabe me
prender como ninguém. Tem seus mistérios. Sabe se fazer como ninguém. Meu caso
sério" - segue o bardo cantando no palco da taverna.
Ele respirou fundo.
Observou o Bardo por uns instantes. O jovem cantor tinha cabelos loiros, vestia
uma camisa larga amarela, usava um colete preto, Suas calças eram azuis e usava
botas de couro. Com certeza era um musico local e não um
aventureiro atrás de algumas moedas.
"Uma deusa, uma
louca, uma feiticeira. Ela é demais. Quando beija minha boca e se entrega
inteira. Meu Deus, ela é demais!" - O bardo ergueu a vóz. com certeza esse era o refrão da musica.
Ele voltou os olhos para Tulius Taurius, O imenso minotauro,
com um rosto de Búfalo, parecia mais
interessado nas costeletas de porco que estava comendo, do que na conversa entre o jovem ladino e o mago do grupo.
- Um tesouro de reis?
- questionou ao mago.
- Sim o diário do cultista foi encontrado anos depois, na biblioteca da casa ao norte
da cidade. A casa tinha fama de assombrada. Por isso nínguem entrava lá.
- Quando você me
pediu pra entrar lá não disse nada sobre a casa ser assombrada...
- Você nunca perguntou...
"Ela tem um
brilho forte. Brilha feito estrela. Ah,
eu adoro vê-la. Fazendo aquele amor." Cantou o bardo...
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Ele viu um brilho
forte se movendo e se afastando. Teve a esperança de que aquele fosse o caminho para escapar do que
aconteceu. Se arrastou pelo barro, perdendo a outra bota sua mochila, e a adaga reserva que ficava em suas costas.
Ele se arrastou pela floresta se aproximando do brilho.
E então ele viu, uma mulher da qual emana um brilho forte,
que era adorada pelas criaturas que o perseguiam como se fosse um deusa, e sua gargalhada insana era carregada de magia... O
som de sua gargalhada era aterrorizante, e trazia um que de insanidade. por um pequeno instante ele se
viu criança, viu seus familiares
se transformando em demonios. E ele chorou como um bebe, soluçando enquanto se
encolhia e deitava no chão, vendo tudo
ao seu redor se transformar em um inferno...
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Dois dias antes na taverna...
"Que me
enlouquece. Me embriaga. Me envolve
inteiro. E me faz prisioneiro. Um louco sonhador" - canta o bardo
Samara paladina de
Thyathis se aproxima da mesa. O coração dele dispara, cada vez que a olha.
Ruiva de olhos azuis, cabelo comprido, cacheado e volumoso... Ele pensa que
poderia observar aquele rosto para
sempre.
sua mente se perde em devaneios, e sonha com casamento e com
os beijos daqueles labios vermelhos. Isso
dura apenas um segundo. mas
parece que levou uma vida inteira.
- Novamente com os pensamentos na lua, Aderbal? - Brinca a paladina
-Sabe que eu não me chamo Aderbal. - responde ele. Ele respira fundo, evidentemente contrariado. -O meu nome é...
- Ela sabe o seu
nome, eu sei o seu nome até o Tulius
Sabe o seu nome... - Interrompe
Jael - todo mundo aqui
ta cagando pro seu nome. O que todos querem saber é se você não
Vai ficar com essa cara
embasbacada pensando longe quando estivermos no tempo... Todo mundo
nessa mesa sabe que você é apaixonado por Samara. E Ela ja te disse que não tem o minimo interesse em você Aderbal....
O minotauro emite
gargalhadas estrondosas.... e mesmo a paladina ri da provocação do
mago...
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Algumas horas antes...
"Uma deusa, uma
louca, uma feiticeira. Ela é demais. Quando beija minha boca e se entrega
inteira. Meu Deus, ela é demais!"
Ele não consegue tirar essa musica da cabeça o dia inteiro. e
apesar dos poucos combates com criaturas da floresta eles chegam ao centro do local
onde encontram o templo. Eles começa a procurar armadilhas em um dos lados da
construção e por isso esta de costas quando a criatura surge de dentro do templo. ele não ve a criatura, mas
vê seus amigos se transformarem em bullywugs, Suas peles se tornam couro de sapos, cheias de verrugas,
e seus olhos que antes apresentavam amizade apenas demonstram ódio por ele.
Ele percebe que precisa fugir. E é que
ele faz...
Ele dispara a correr pela floresta perseguido pelo povo
sapo, perseguido por seus amigos, perseguido pelo monstro que governa o pantano. Ele corre. Mas ao
adentrar em uma clareira precisa lutar com dois homens sapo que ali se encontram. Ele não se lembra exatamente como os derrotou ou se os derrotou só lembra de sentir os
golpes que lhe cortaram de leve
os braços, da dor e de correr...
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A bruxa surge sobre ele. ele tenta recuar, mas a insanidade
e o desejo tomam o seu corpo. Ele quer gritar e fugir, mas não consegue. Ele
quer chorar e correr, mas é incapaz de controlar o seu corpo. Em meio a aquela insanidade ele
escuta o bardo cantando...
Ela tem um jeito lindo.De
me olhar nos olhos. Me despertando sonhos. Loucuras de amor
Ela tem um jeito doce.
De tocar meu corpo. Que me deixa louco. Um louco sonhador.
Ela sabe me prender
como ninguém. Tem seus mistérios. Sabe
se fazer como ninguém. Meu caso sério.
Uma deusa, uma louca,
uma feiticeira; Ela é demais. Quando beija minha boca e se entrega inteira. Meu
Deus, ela é demais!
Uma deusa, uma louca,
uma feiticeira; Ela é demais. Quando beija minha boca e se entrega inteira. Meu
Deus, ela é demais!
Ela tem um brilho
forte. Brilha feito estrela. Ah, eu adoro vê-la. Fazendo aquele amor. Que me
enlouquece. Me embriaga. Me envolve inteiro. E me faz prisioneiro. Um louco
sonhador
Ela sabe me prender
como ninguém. Tem seus mistérios. Sabe
se fazer como ninguém. Meu caso sério.
Uma deusa, uma louca,
uma feiticeira; Ela é demais. Quando beija minha boca e se entrega inteira. Meu
Deus, ela é demais!
Uma deusa, uma louca,
uma feiticeira; Ela é demais. Quando beija minha boca e se entrega inteira. Meu
Deus, ela é demais!
A força magia que o domina faz com que ele se sinta meio bêbado meio seduzido, meio forçado, um prisioneiro
incapaz de controlar o seu corpo. O bardo
esta na clareira cantando essa musica enquanto a misteriosa feiticeira o
arraste em direção ao catoplebas. ele se
sente desvanecer, todas as suas memórias se esvaem. ele sente tristeza e dor,
enquanto seus olhos se tornam os de um sapo, sua pele se torna vermelha e
surgem verrugas amarelas por todo o seu corpo. Ele deixou de ser quem era renasceu
como um dos guerreiros do povo sapo. um inimigo de Deheon. esperando o próximo grupo de
aventureiros que virá atrás dos tesouros do pântano...
O templo de Inghlblhpholstgt é um templo dedicado ao Grande Deus Sapo, Inghlblhpholstgt, no centro do Pântano dos Juncos. Ele é vigiado por um catoblepas, um monstro que pode, apenas com seu olhar, transformar suas vítimas em homens-sapo.
obs. a musica Ela é demais foi composta por Elias Muniz e é um dos sucessos da dupla sertaneja Rick e Renner.
obs. O pântano dos juncos aparece desde Tormenta 1 edição como local do cenário. Tormenta pertence a editora jambo:
https://jamboeditora.com.br/
Adorei como apresenta o transcorrer da história. Parabéns!
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