Por acaso é um homem de sal?”
“Por
muitos anos, ouvi o famoso adágio ‘Por que não quer sair na chuva? Por
acaso é um homem de sal?’. Essa frase muito me intrigava. Afinal de
contas, em nosso mundo existem muitos povos e raças, criados pelos
deuses. Alguns são humanóides, outros monstruosos, mas nunca vi nenhuma
citação a uma raça de criaturas feitas de sal. Quando atingi certa
idade, me tornei noviço na Ordem da Sabedoria de Tanna-Toh e passei a
pesquisar profundamente sobre esse assunto. Depois de alguns anos de
busca infrutífera, a única coisa que consegui foi o apelido de
‘Salgadinho’ entre meus colegas da Ordem.
Mas
minha perseverança era salutar. Em uma de minhas muitas expedições ao
Deserto da Perdição, encontrei uma imensa bacia de sal. Empolgado,
marquei o lugar em meus mapas e resolvi retornar depois, com um grande
suprimento de água, alimentos e magias.
Avançar
através da bacia não foi tarefa fácil, mesmo com a ajuda de um guia da
tribo dos Sar-Allan. Embora a viagem em si fosse simples, pois a bacia
era lisa e sem complicações de viagem, o vento constante carregava
grandes quantidades de sal, forçando-me a cobrir o rosto, como meu guia,
para evitar arranhões. Mas todas as dificuldades se tornaram uma
vitória: encontrei sinais de vida inteligente, e no décimo sexto dia de
viagem pela Bacia de Vamm (como a nomeei, em minha homenagem), encontrei
a vila das criaturas!
Me
apresentei a seus habitantes, usando uma magia para compreender sua
linguagem. Fui recebido com alguma desconfiança, mas, ao ser levado à
presença do chefe, notei que eles não eram de modo algum belicosos. Não
portavam armas, não possuíam animais (de sela ou guerra). Conversei com o
chefe, cujo nome não posso reproduzir (talvez o som de seu nome se
assemelhe a Crackle-rickle-rockle-ruckle, mas não posso precisar).
Descobri muito sobre este povo. O resultado de minhas pesquisas segue em
anexo. Agora que retornei para o Reinado, trouxe comigo um pequeno
homem de sal (cujo nome pode ser traduzido livremente como
Twinkle-sparkle-crock-crock). Esfregarei-o nas fuças e na comida de meus
adversários, hahaha! E nunca ninguém mais me chamará de Salgadinho!”
– Do relatório do clérigo de Tanna-Toh Vamm Ossalgar, sobre sua viagem ao Deserto da Perdição
Mais
uma das muitas raças que os deuses despejaram sobre o mundo, os homens
de sal eram desconhecidos até pouco tempo, embora já habitassem adágios e
ditados populares, como este que abre o artigo. Seu idioma é complexo
demais, e as poucas traduções que usamos servem para dar uma noção do
som feito por estas curiosas criaturas. Eles possuem alguns vilarejos no
Deserto da Perdição, mas mesmo lá são muito raros, já que seu maior
inimigo é a água.
“Salgadinhos”
Ben10 Tudo a haver com os homes de sal |
Os
homens de sal são pequenas criaturas humanóides, medindo um metro a um
metro e vinte. Suas cabeças são piramidais, com um dos vértices da
pirâmide no lugar onde ficaria a boca de outras criaturas humanóides.
Seus corpos são totalmente feitos de sal.
A
cabeça não possui boca, ouvidos ou nariz, mas os olhos têm cores
variadas (vermelho, verde, azul). Aparentemente isso se deve à
concentração de outros tipos de sais na região ocular. Os olhos são
ovalados. Os homens de sal parecem não poder ouvir ou cheirar, mas
sentem mudanças na pressão atmosférica e na umidade do ar; usam essa
habilidade para prever chuvas.
Os
homens de sal comunicam-se por sons estranhos, semelhantes ao som feito
ao se comer pão duro ou biscoitos, ou algo assim. Ainda não descobrimos
de onde saem esses sons, mas eles se confundem perfeitamente com os
sons próprios do deserto. Uma medida estranha, já que não possuem
inimigos (nem mesmo os monstros gostam de comer os homens de sal – eles
são intragáveis).
Não
se alimentam de carne nem de vegetais; sustentam-se aparentemente do
vento do deserto, que incorpora novos sais à seus corpos.
Eles
reproduzem-se de maneira peculiar, análoga à dos espadas da floresta:
destacam pequenos pedaços de si e o colocam num lugar de grande vento.
Esse pedaço, depois de algum tempo, se desenvolve para a forma de um
novo homem de sal. Desse modo, não possuem sexo definido.
O
maior temor dos homens de sal é a água: o simples contato com a água os
machuca e grandes quantidades de água podem dissolvê-los. Foi isso o
que aconteceu com o pequeno homem de sal que acompanhava Vamm. A pobre
criaturinha dissolveu-se durante a travessia do Rio dos Deuses, quando
uma grande onda entrou no barco repentinamente. Não restaram vestígios
para uma tentativa de ressurreição, já que o sal do corpo de
Twinkle-sparkle-crock-crock foi totalmente dissolvido nas águas do rio. A
própria umidade do ar já os deixa desconfortáveis e quase em pânico:
eles tentam se esconder em qualquer lugar que pareça seguro.
A Saldável (sic) Vida dos Homens de Sal
Os
homens de sal vivem em bacias salinas no Deserto da Perdição. A única
conhecida pela civilização é aquela que foi descoberta por Vamm
Ossalgar, nomeada Bacia de Sal Temperado pela Ordem de Tanna-Toh. Embora
pareça muito mais lógico que os homens de sal deveriam viver nos
subterrâneos, isso não é possível.
Os
homens de sal sustentam-se pelos ventos do deserto; desse modo,
precisam viver ao ar livre. Ainda assim, devem fugir da chuva e da
umidade assim que estas se aproximam. Não é uma vida fácil.
Não
constróem ferramentas de qualquer tipo, mas parecem ser capazes de
formar, em algum tempo, ferramentas de sal a partir de seus próprios
corpos. Usam estas ferramentas para construir seus iglus e guarda-chuvas
de sal.
Os
homens de sal acreditam que foram criados pelo deus sol, o grande
inimigo da chuva, que em sua língua curiosamente assemelha-se ao nome do
Vigilante: Ashr-Gher. O grande inimigo de seu deus é o terrível
Plic-plic, senhor da chuva e das águas. Eles possuem clérigos entre os
seus, mas não paladinos.
Os
homens de sal conhecem e praticam a magia (que classificamos como
salimancia), e conhecem a escrita. Escrevem diretamente em pedras de
sal, em caracteres pictográficos muito complexos. Não foi possível
decifrar nenhum, até agora. Os magos dos homens de sal dominam magias
muito raras e desconhecidas, que lidam com o sal e a desidratação. Eles
parecem ser os louvados defensores do povo em ocasiões especiais, como o
surgimento da chuva, ou dos temíveis elementais da tempestade.
Psicologicamente,
os homens de sal são um povo simples, que quer apenas viver e se
multiplicar em paz. Dada sua natureza, isso é bem difícil... Alguns
membros da raça, como o pobre (e dissolvido)
Twinkle-sparkle-crock-crock, têm grande curiosidade sobre o mundo
exterior. Esses podem se tornar aventureiros (infelizes e de vida curta,
é verdade).
Tormenta RPG
· Habilidades: Força –2, Constituição +4 e Sabedoria +2
· Tipo: Humanoíde
· Tamanho: Pequeno
· Deslocamento: 6m.
· Corpo Cristalino:
O corpo dos homens de sal tem certas propriedades especiais. Armas de
corte ou perfuração nunca causam dano adicional em caso de acerto
crítico; o corpo fornece um bônus de armadura natural à defesa igual a +5.
· Mãos Moldáveis:
podem transformar suas mãos e pés em armas ou ferramentas de vários
tipos; o dano máximo de qualquer arma é 1d8 (não é possível criar
máquinas complexas, que tenham rodas, engrenagens ou peças soltas.
Copiar ou modelar peças muito complicadas pode exigir um teste da
perícia Ofício (escultura) para objetos como chaves por exemplo).
· Vulnerabilidade Salitrica: ataques sônicos ou vibratórios (como nas magias Grito ou Despedaçar)
causam o dobro do dano; ataques à base de água (mas não de gelo) causam
o dobro do dano e dão um redutor de –4 nos testes para resistir à
magia; o próprio contato com a água causa 3d6 de dano por rodada;
umidade elevada causa 1d6 de dano por rodada.Quando pressentem a presença de água ou umidade, homens de sal devem
passar num teste de Vontade com penalidade de –4 para não entrar em
pânico.
· Sentidos Deficientes:
Homens de sal não conseguem ouvir bem outros idiomas, embora outros
sons soem claramente para eles. Eles também não conseguem sentir odores
ou sabores.
·
Autor: Jamil, o kender
Adaptação para Tormenta 20: Fernando Brauner
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