Em Salistick, o colégio de medicina Real sempre esta aberto
a palestrantes com os mais exóticos temas.
O doutor Victor Van Virass, especialista em exploração subterrânea é um
dos convidados. Para uma platéia repleta de jovens médicos exploradores, o
velho doutor, medico de Salistic e Arcano da escola de magos começa sua
palestra:
- Trevas. A total ausência da luz solar. Escuridão plena e
absoluta. – Ele para um instante para dar ênfase a imagem que se molda nas
mentes de quem o escuta.
-É assim que a maioria
de nós, o povo da superfície imagina o subterrâneo. E apesar de a maioria dos
lugares do subterrâneo serem assim, isso não define a grande quantidade de habitats
que existem sob a superfície nas
cavernas onde os reinos dos anões existem, e onde mais abaixo outros reinos
coexistem, não de uma forma pacifica
necessariamente.
- O subterrâneo é o lar de infindáveis criaturas, versões
sombrias de seres da superfície e outros
seres que se desenvolveram na ausência da
luz solar, alguns até mesmo temendo o
toque quente do sol. Na maior parte das galerias de media profundidade o frio é
intenso, mas quanto mais fundo se vai, ou quanto mais próximo de um dos rios subterrâneos
de lava mais quente é o solo. – Nesse instante ele para, ajeita os óculos, e se
move levemente para a esquerda, observando os jovens no local. Seus olhos
prescutam a sala, buscando face a face. Percebendo os olhares de curiosidade,
de tédio e de deslumbre que compõem a
platéia.
-Plantas de diversos tipos vivem no subterrâneo,
algumas com uma bioluminescência tão grande que iluminam
galerias inteiras, fazendo com que as
caverna onde se situa se torne uma floresta de
plantas especialmente adaptadas. –
o velho professor acena com a cabeça, e as cortinas da sala são fechadas, no
teto, um imenso tecido negro grosso cobre alguma coisa.
O doutor Victor se move, até um canto da sala e puxa uma
corda. O tecido do teto cai, mostrando o que escondia. Crescendo no teto da
sala um imenso cogumelo emite um brilho de luz branca, como a luz da lua cheia.
A sala fica totalmente clara. Vozes de assombro surgem de algumas pessoas. Mas não é só isso,
dentro do enorme cogumelo, uma figura feminina começa a cantar. Sua voz é doce
e melodiosa.
- Essa, senhoras e senhores, é Daphine. Uma das muitas dríades
dos cogumelos subterrâneos. Esses seres
raramente são vistos em Arton. Apenas encontrados no fundo das mais sombrias florestas ou em regiões isoladas de Doherin.
Do cogumelo gigante uma escada feita de tentáculos se formou.
E por ela Dhafine desceu. Para os telespectadores, a figura era
de uma beleza cativante. Possuia um corpo feminino delgado, que lembrava de uma
jovem voluptuosa. Sua pele era branca como o papel, como se jamais tivesse sido
tocada pelo sol (e possivelmente nos últimos 500 anos não mais que três vezes
sua pele realmente ficou exposta ao sol).Seus cabelos eram verdes como se fossem feitos de algum tipo de alga ou
visgo verde, e compridos. Seus olhos eram brancos e sem pupilas, seus lábios vermelhos
como algumas espécies de cogumelos, e igualmente pontilhados em preto. Suas unhas
vermelhas, eram compostas de queratina. E seus pés não possuíam dedos. Trajava um vestido de seda amarela. E seu
sorriso enquanto cantava, demonstrava uma alegria contagiante.
- Olá! – Disse a jovem com sua voz melodiosa. Estou grata
por conhecer o seu mundo.
Graciosamente Daphine caminhou até Vicent, e para a surpresa
de todos nasala o beijou. Vicent parecia
extasiado enquanto ao redor dos dois uma parede de seda se formava.
Obviamente que a ação
inesperada da jovem trouxe o caos aos
jovens médicos aventureiros, muitos correram para fora em pânico
achando que o monstro estava devorando o Doutor Vicent. Ouros, mais temerários
se moveram para atacar as teias demoníacas.
Os primeiros golpes de espada apenas trouxeram a conclusão de que o
material era resistente ao aço,
magias leves e medias se mostraram ineficientes contra a teia.
Por dentro o Doutor e a Ninfa Trocavam afagos. O doutor
relembrava todos os momentos de sua vida, uma vida de aventuras e perdas.
Relembrou da morte de seus primeiros aliados, nas garras de uma gigantesca centopéia subterrânea. Lembrou
de quando Rainaldth, foi escravisado por um escaravelho parasita e se
tornou parte de uma colônia de escaravelhos.
Relembrou de quando Penelope, aceitou um
simbionte, que se parecia com uma centopéia que recobriu o seu braço
moldando se aos tendões e permitindo a
ela formar uma lamina de queratina permanente.
Vicent havia tido uma longa vida que agora passava na frente de seus olhos.
Cada recordação de Vicent era exibida a todos em pequenas áreas do imenso cogumelo no teto.
A vida de um homem suas conquistas e derrotas
exibida para todos os que
foram corajosos o suficiente para ficar
no salão.
Vicent se sentia em êxtase, sua vida a sua frente, suas escolhas, sua
personalidade tudo estava ali. O tempo passou. Passaram se dias no mundo real
até que as imagens pararam de ser transmitidas, apenas uma imagem, era presente no cogumelo no teto. Era a imagem
de Vicent, em seu auge, com 20 anos. Conforme as imagens desvaneciam, os fios
de seda perdiam a dureza, caiam no chão
se desfazendo como papel velho ou bolor...
As pessoas estavam aturdidas, por que quando toda a seda
desapareceu, no centro da sala estavam, Vicent,
não mais um velho mas um jovem, e a ninfa. Os Velhos cabelos Brancos
haviam retornado aos fortes e numerosos cabelos negros da juventude, as costas
arqueadas pela idade, voltavam a ser
costas musculosas de um guerreiro experiente, os olhos leitosos,
voltaram a ser de um azul profundo. O velho de 70 anos, se tornara novamente um
jovem de 30 anos. O desejo de compartilhar conhecimento substituído pela ânsia a
conquistar novos conhecimentos. E tudo o que ele outrora soube,cada
conhecimento que teve, era dividido com Daphine. A Driade das profundesas agora
sabia tudo que o velho Vicent sabia, Em troca da juventude, ela recebia o
conhecimento de cada ação da vida. Vicent não foi o primeiro com quem ela compartilhava conhecimento, ao longo e 500 anos a dríade havia
feito essa troca com muitos sábios em busca de juventude. E com certeza não seria o ultimo.
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