domingo, 19 de dezembro de 2010

Hayabusa O ronin, Capítulo IV

Tamura, 10 anos atrás:
Portão Sul do Palácio Imperial.
As flechas incendiárias descreveram arcos perfeitos sobre as cabeças dos samurais que corriam com suas lanças em direção aos demônios. Parte das criaturas caiu com a saraivada flamejante. Seus gritos eram assustadores a ponte de fazer com que os homens diminuíssem o passo de corrida. Mas não para fazer com que parassem.
A frente deles, com sua Katana desembainhada, o Capitão Toranaga gritava palavras e frases de estímulo, intercalada com maldições aos demônios. Ao final das flechas, os arqueiros jogaram seus arcos ao chão, fazendo cantar as suas espadas ao saírem das bainhas. Formaram uma nova onda de ataque, liderados por Akimoto.
O Choque entre os demônios e os samurais foi brutal. Apesar de serem menos de cinqüenta criaturas, suas garras faziam vítimas, uma atrás da outra. Aqueles insetos que pareciam com arqueiros élficos derrubaram com suas flechas quase todos os homens da segunda onda. Mesmo Akimoto caiu, com setas purulentas encravadas pelo tronco e abdômen. Toranaga e aqueles que foram com ele na primeira onda se viram sozinhos.
Poucas dezenas de homens ainda estavam de pé. E a qualquer minuto o próprio capitão tombaria. Caiam como moscas os samurais... Mas mesmo assim levavam o máximo de demônios que podiam. Caíam cinco samurais, mas um demônio caia com ele. A questão se tornara: Quem seria erradicado antes? Os Homens ou os demônios?
A maior parte dos cidadãos conseguiu atravessar os portões... Mas aqueles que eram muito lentos ou que não conseguiam correr... Esses foram pegos ainda pela horda demoníaca. Anjih assistiu a cena com lágrimas nos olhos e, no peito, a dor da incapacidade. Aqueles homens davam as suas vidas por cidadãos que nem ao menos conheciam, para cumprir seu compromisso assumido com o Imperador. Aquele Homem lá embaixo era Toranaga-sama, amigo de seu pai e que, juntos, eram tudo o que Anjih queria ser. Era aquele homem que se batia em frente ao portão Sul. Era ele que esperava a apenas a honra de morrer como Samurai.
-- Toranaga!
Um grito cortou o ar. Vinha de dentro do portão e a voz que o emitira era conhecida. Com ela vinha a esperança que, teimosa como ela só, pareceu renascer. Na direção da voz, Anjih correu com o que restara de suas forças. Ao seu ombro, sua irmã sussurrou:
--"Papai?"

Petrynia, época atual, dois dias de Malpetryn.
Hayabusa tinha alguns minutos antes que seu poder se desativasse. Tinha que fazer valer à pena, já que, quando seus olhos voltassem ao normal, precisaria de alguns segundos para se readaptar a escuridão. Começou a se mover em direção ao atacante a sua direita. Os pouco mais de dez metros que os separavam poderiam ser vencidos em poucos passos. Mas sua estratégia era outra. O que os bandidos esperariam seriam seria um ataque direto ao que estaria em um dos seus lados. Já que o atacante a frente estaria imobilizado.
 Seria o mais lógico a se fazer. Por isso o que estava às suas costas se aproximou. Com um pequeno virar de cabeça, quase imperceptível, o Ronin o notou. Viu também que estava com a espada pronta para golpear. Seria a emboscada perfeita, dadas as circunstâncias...
"Obrigado, Lin-Wu", pensou Hayabusa.
Com um movimento fluido, deu dois passos à esquerda e, mantendo Pequena Estrela na posição em que seu corpo se encontrava antes, virou sua wakisachi ante ela refletir um pouco do agonizante brilho que ainda emanava da fogueira. Havia criado um "fantasma-alvo" para o seu atacante.
A penumbra os obrigava a não disparar mais flechas por risco de se acertarem. "Atiradores postados uns em frente aos outros correm o risco de se acertar", pensou o Ronin. "Hora de agir...". Um pisar rápido às suas costas o mostrou que o combate evoluíra. Era o quarto passo.
Com um pequeno giro a direita, Hayabusa manteve sua espada menor na horizontal, tendo seu Sol Poente ao alto, pronta para o golpe. Ao sentir impacto, no momento certo, o Ronin teve apenas que baixar a sua Katana, às costas do adversário. O golpe liso e perfeito se encaixou entre a 4ª e a 5ª vértebras.
A cabeça escorregou do pescoço e caiu ao chão com o som oco de uma fruta madura que cai do pé. O corpo pareceu se ajoelhar e, finalmente, tombou. O grito que tentara não saiu da garganta, agora dividida. A única voz que havia era o esguichar do sangue nas folhas.
Hora do quinto passo.
-- Seja lá quem estiver aqui, a honra me obriga a lhes dar uma chance de rendição. Um de vocês está com uma flecha encravada e outro já está com seus ancestrais. Apareçam se identifiquem e nenhum mal lhes farei... – Hayabusa mediu bem as palavras. Não era uma ameaça. Era uma promessa – ou se afoguem em seu próprio sangue, que farei questão de fazer jorrar para regar este campo. O que me dizem?
Ouviram três vozes o falarem mal, seguidas de alguns segundo de silêncio. Quem quer que fossem, estavam em dúvida. Pareciam gostar de suas vidas
atuais...
-- Haaaaaaaaaaaaa! -- o grito veio da esquerda. "O segundo suicida se apresenta".
-- Tenho que manter pelo menos um deles vivo, para interrogar... -- sussurrou o samurai, entre o sorriso e o início do sexto passo.

 

3 comentários:

  1. muito bom, espero ver a continuação, quero saber o q aconteceu com a irmã dele ^^

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  2. "Não era uma ameaça. Era uma promessa – ou se afoguem em seu próprio sangue, que farei questão de fazer jorrar para regar este campo." Imagina se fosse uma ameaça...

    "-- Haaaaaaaaaaaaa! -- o grito veio da esquerda. "O segundo suicida se apresenta"." Wtf?

    O ritmo da narrativa esta desafinado, principalmente no combate do Ronin, muita reflexão, ação, fala sem um ritmo definido e acaba que nada fica bem ponderado.

    Além disso, o capítulo terminou totalmente do nada, é como um comercial mal encaixado na tv aberta.

    Desculpe a sinceridade, mas ainda há muito o que melhorar.

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  3. que leitor invejoso não admite a leitura de uma boa obra... péssimo...

    o texto acaba bem pq a continuação mantém o sentido.. o que o bernardo tá fazendo é o mesmo que comparar as leis da fisica enquanto se assiste um desenho....

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