terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Crianças perdidas

O mundo mudou.
Não sei se realmente foi o mundo que mudou ou se fui eu quem mudei.
No fim, será que faz diferença?

Eu era apenas mais um adolescente idiota com sonhos de grandeza. O ano era  1412, um ano de guerra. uma ano em que a guerra se alastrou pelo coração do Reinado. Tudo começou mal com do desaparecimento de lady Shivara Sharpblade,  rainha do Reinado. A morte de Arkhan braço metálico também  era um mau pressagio para os artonianos.

Para mim era apenas mais um dia.

Acordei cedo, antes mesmo do sol se erguer, para tirar o leite da nossa vaca. Depois limpar o celeiro,  colocar o feno  para a alimentação.  derramar o saco de sal no cocho. Você  deve saber,  todos os animais precisam de sal na alimentação, isso ajuda na saúde e no engorde. normalmente   vacas  e animais selvagens encontram suas próprias fontes, eu não sei como,  mas uma cleriga de Tanna Tot me garantiu que fazem. Depois dei milho para as galinhas e recolhi os ovos que estavam nos ninhos do galinheiro.

Era uma manha bonita, estava quente, e como o milho e o trigo não estavam prontos pra colheita, fiz o que muitos  jovens da minha vila faziam. Fui treinar o uso de espadas na casa de um soldado veterano aposentado. Nós o nos dirigíamos a ele pelo titulo de  Sir Drian, mais por respeito do que por ter algum  titulo. Drian era um ex membro da milícia de Highter, que se aposentou e se mudou para o norte. Algo a haver com não ser pago o suficiente pra  lutar com um dragão.

Eu estava com 16 anos, e  sir Drian  me dizia:

- Aldebaram,  muitos  aventureiros começam a vida de aventuras em sua idade.

- Claro sir Drian.- E eu sonhava com as aventuras com o combate contra dragões.

Parecia mais uma manha comum, éramos  25  crianças  treinando com espadas de madeira e algumas espadas  reais, combatendo entre nós, aprendendo a usar escudos e espadas, a  usar  arcos. Muitos dos pais permitiam  o treinamento  simplesmente por que eles próprios aprenderam a caçar com  as aulas  de  Sir Drian.   Mas não era uma manha comum. Era a manhã do ataque de Portsmouth a Norm.  Nossa  vila ficava  próximo a fronteira de Bielefeld com Portsmouth. No passado o Fyrd,  fora muitas vezes reunido com os guerreiros do marques para  enfrentar os mercenários invasores de Portsmouth.

Mas naquela  manhã, nenhuma das torres de  vigia deu aviso. então enquanto estávamos treinando o bando  entrou nas terras de  sir Drian. Estávamos dentro do celeiro  treinado pontaria quando  escutamos os latidos dos cães e seus ganidos de morte. Sir Drian pegou sua espada e correu  para fora:

-Fiquem aqui crianças.

Tomados por curiosidade e por uma coragem que somente crianças e adolescentes possuem saímos  para  a rua. Alguns com arcos outros com espadas. Do lado de fora vimos a esposa  e o bebe  de sir riam de captados.  O nosso  mestre  tinha  cerca de  sessenta anos, e aquela era sua segunda esposa.  Enquanto combatia contra um dos mercenários  os outros  nos lançaram  olhares, Eram  cinco homens. Vestiam armaduras negra de couro, e  tinham cabelos sujos e desgrenhados. a barba larga em seus rostos  tinha restos de comida, e  marcas de sangue... Ou ao menos é assim que me lembro. Um deles disse com uma voz esganiçada:

- Olhem rapazes. isso vai ser fácil.

Os homens  gargalharam e vieram em nossa direção.

Sir  Drian,  combatendo corpo a corpo gritou:

- Deixem as crianças em paz. Assassinos  miseráveis.

Eu não me lembro dos movimentos de combate de sir Drian, nem do Homem  com quem estava  lutando.  Meu foco era nos  cinco homens adultos que vinham em nossa direção.  Dos quinze aprendizes, apenas   quatro de nós tinham  mais de  quatorze anos.  Três mal tinham anos.  Recuamos enquanto os homens vinham em nossa direção. Sabíamos  que se  corrêssemos os menores  seriam os mais lentos e chacinados pelos  servos do maldito abutre. então decidimos enfrentar. Apesar de sermos crianças, não éramos fracos, éramos filhos de pessoas que lidavam com a terra, desde pequenos acostumados a carregar peso as como lenha e sacos cheios de produtos da colheita.  Poderíamos ser mortos, mas sonhamos com  a vida de guerreiro.  Foi a primeira vez que liderei em combate:

- Arqueiros,  disparem nos dos cantos  gritei.

Isso deixou os mercenários surpresos, e por um instante eles pararam,  dizem que a sorte é a mãe dos combates e foi.  Os menores  armados com os arcos dispararam suas  flechas que apesar de não causarem ferimentos mortais,  derrubaram  dois dos  inimigos com as pernas  trespassadas pelas  flechas de caça.  Ainda  lembro da expressão de surpresa quando os colegas deles caíram. Por outro lado isso provocou a impulsividade de um de meus amigos, que  tentou atacar  um dos mercenários com um tridente para feno. Ele correu em carga, e o mercenário apenas  deu um passo  pro lado  cortando o meu amigo nas costas quando ele passou.  Ele caiu no chão e seu sangue  se espalhou  pela terra.

Naquele momento surgiu um impasse, eles eram três mercenários em pé, bem armados e  treinados.  Por outro lado éramos  quatorze crianças, armadas,  que  sabiam  usar  arcos, com    seis arcos preparados, quatro de nós portávamos espadas  de metal afiadas, e   quatro suavam espadas de madeira. Estávamos em uma vantagem de  cinco contra  um,  agrupados e organizados. Não éramos  aldeões correndo a esmo.

Um impasse aconteceu.

Sabíamos  que se os  três nos atacassem, alguns de nós morreriam. Eles também sabiam disso, mas entendiam que se   nos atacassem corpo a corpo  um ou dos deles poderiam morrer. Uma espada no coração  mata, seja portada, por um aldeão um escudeiro ou um guerreiro veterano.  E mercenários preferem combates onde tenham a vantagem e de preferência nenhum ferimento. 

Foi nesse momento que  sir Drian  surgiu pelas costas do mercenário mais atrás.  eu não o vi se aproximar mas vi sua  espada Trespassar o homem. Seus olhos perderam o foco e ele caiu pra frente,  os mercenários  se viraram perplexos, acharam que seu companheiro  poderia vencer nosso mestre, nosso tutor. Mas não foi o que aconteceu.  Então eu gritei:

- Atacar!

Corremos  como unidade e  golpeamos como unidade,  Sir Drian de um lado, Nós do outro is mercenários golpeados por todo o corpo por espadas e porretes. Os pequenos continuaram a flechar os inimigos caídos.

Quando retornamos para nossas casas muitos encontraram seus lares intactos mas seus familiares  mortos ou desaparecidos. alguns tiveram a sorte de seus familiares terem conseguido se esconder. Outros não.  Nas semanas  seguintes nós nos unimos a muitos outros que tinham pouco treinamento, formamos  milícias,  e vimos a guerra dar uma trégua quando aventureiros  liberaram Norm e  conseguiram impedir o ataque de  Yudem a capital do reino. Mas isso já é uma outra  história.

3 comentários:

  1. Excelente conto, espero que continue a história do garoto fazendeiro ^^

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  2. Muito bom mesmo, também aguardo pela continuação!

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